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Após derrota, Ronaldo fica na berlinda, e Tite, na corda bamba

Desde que chegou ao Corinthians, o treinador gaúcho pede reforços, mas não foi atendido

Andres Sanchez banca Tite, que banca Ronaldo. Mas presidente, treinador e atacante já não são mais bancados pela torcida. E nem por muita gente dentro do clube. Os três são apontados como os principais culpados pelo vexame protagonizado pelo Corinthians na Libertadores.

Com o revés para o Tolima, o clube amargou a mais curta campanha de um clube brasileiro no interclubes. Assim que acabou o jogo, anteontem, Andres deu entrevista e garantiu o emprego de Tite. Respaldado, o técnico falou em seguida. Questionado sobre a fraca atuação de Ronaldo, rotina nesta temporada, elogiou o atleta.

"Ronaldo é um jogador terminal, que joga no fim do campo, que finaliza as jogadas", declarou o treinador. "Não vou individualizar, não vou culpar um ou outro. Isso é um problema que resolvo no vestiário, internamente."

Desde que chegou ao Corinthians, o treinador gaúcho pede reforços, mas não foi atendido. O atacante Liedson, por exemplo, única contratação de peso para 2011, nem foi apresentado.

A cabeça de Tite já estava sendo pedida na Colômbia, por um grupo cada vez mais numeroso de aliados de Andres, antes mesmo da derrota por 2 a 0 para o Tolima.

Dois dias antes do jogo, no hotel do Corinthians em Ibagué, diretores, conselheiros e convidados do presidente falavam abertamente sobre a necessidade de trocar de treinador, independentemente de o clube avançar na Libertadores, o que não ocorreu. Após o fiasco no estádio Manuel Murillo Toro, a pressão só cresceu. E o Corinthians terá o clássico contra o Palmeiras no domingo, no Pacaembu, pelo Paulista.

Se o time não vencer convincentemente, a cabeça de Tite estará na guilhotina. Um grupo prefere a contratação de Abel Braga. Outro quer a volta de Carlos Alberto Parreira, que em 2010 encerrou a carreira de treinador.

A situação de Ronaldo é mais estável. O atacante tem contrato até o final deste ano e é sócio do clube alvinegro em contratos de patrocínio. Mas a paciência da torcida acabou. Ronaldo foi hostilizado em Ibagué.

"Fora do Timão", gritaram para o camisa 9 cerca de 150 corintianos na Colômbia. Em 2010, o Fenômeno já tinha ouvido que "o Coringão não é o seu spa". Ontem, a maior torcida organizada do clube postou um comunicado em tom de ameaça em seu site.

"Não queremos estrelas, não queremos melhores do mundo. (…) Estaremos mais do que nunca fiscalizando e cobrando de todos uma atitude diferente", disse o texto.