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Maracaju

Comerciantes de Paranaíba impedem realização de feira

Prefeito não poderia impedir os feirantes o direito de pedir ressarcimentos por meios judiciais

Lojistas se mobilizaram contra o que classificaram como ?concorrência desleal? -
Lojistas se mobilizaram contra o que classificaram como ?concorrência desleal? -

Programada para acontecer nesta sábado e domingo, uma feira itinerante, que viaja por todo o Brasil se instalando por alguns dias em diversas cidades para a comercialização de roupas, calçados e acessórios, foi impedida de montar a sua estrutura em Paranaíba.

A realização foi barrada após a mobilização dos comerciantes locais que se sentiram prejudicados por considerarem uma concorrência desleal. Para o presidente daAssociação Empresarial de Paranaíba (Acip), Gilmar Soares Goes, somente a concorrência de igual para igual é saudável para o comércio. “Admitimos concorrentes, porém não aqueles que vendem produtos de baixa qualidade e sem garantias para o consumidor de Paranaíba”, destacou.
O alvará emitido pela Prefeitura Municipal de Paranaíba foi suspendido pelo prefeito Diogo Robalinho de Queiroz (Tita), na manhã de quarta-feira, ao tomar conhecimento da situação. O organizador do evento, que permaneceu em Paranaíba durante a semana para a viabilização da feira, já havia inclusive alugado um espaço no Tênis Clube Paranaibense e fechado contrato para a divulgação da feira itinerante, além do alvará.
 
Segundo Gilmar, a intenção não foi impedir novos comércios no município, porém permitir apenas aqueles que fazem os mesmos investimentos e com o mesmo custo. “Queremos preservar os empregos, a renda e tributos gerados para o município”, frisou.
Na manhã de quinta-feira, os comerciantes se reuniram com o prefeito Diogo Tita, que garantiu a não realização da feira na cidade, considerando os motivos expostos pela classe.
 
“Os comerciantes tem razão, pois a prefeitura não pode autorizar a realização de negócios varejistas como esse em condições que eu entendo que são ilegais”, avaliou o prefeito.
 
Segundo Diogo Tita, a emissão do alvará sem o conhecimento dele foi ação de “alguém que tenta prejudicar o município”, falou aos comerciantes.
 
Além disso, o prefeito intermediou o contato com os responsáveis pela feira em São Paulo, expondo os motivos pelos quais a feira não poderia ser realizada em Paranaíba. “Expliquei a impossibilidade da realização em vários aspectos, entre eles a interdição do local alugado para a realização de eventos”, explicou Diogo Tita.


PREJUÍZO
O organizador da feira esteve presente na reunião com o prefeito e os comerciantes, porém se ausentou antes do fim alegando prejuízo de pelo menos R$ 10 mil pela não realização da feira. Na ocasião, o prefeito Diogo Tita se comprometeu a ajuda-los, inclusive com a devolução da taxa paga para a emissão do alvará de funcionamento.
 
Tita alertou ainda os comerciantes que mesmo com garantias da não realização da feira na cidade, o prefeito não poderia impedir os feirantes o direito de pedir ressarcimentos por meios judiciais. “Não posso impedi-los de entrar na justiça para pedir danos, porém a realização da feira eu garanto que não acontecerá em Paranaíba”, completou.