Cidade
Famílias invadem terrenos da prefeitura na Vila Piloto
Invasores alegam que não têm mais condições de pagar aluguel
Alegando não terem mais condições de pagar aluguel, aproximadamente 100 famílias invadiram duas áreas da Prefeitura na Vila Piloto V. Em uma das áreas, as famílias chegaram ao local na terça-feira à noite quando demarcaram os seus lotes. Em outra área localizada na rua 38, no fundo do “buracão da Vila Piloto”, alguns invasores já até iniciaram as construções de suas casas.
A líder do grupo, Maria das Graças, alegou que a ocupação deve-se a falta de moradia. “Nós não temos casa própria e não temos mais condições de pagar aluguel e a prefeita não toma nenhuma providência, então, decidimos ocupar essa área”, revelou à invasora, que tem quatro filhos e está desempregada.
Ela disse que as famílias observaram que a área estava abandonada e, diante das dificuldades, resolveram ocupá-la. Leonildo Venâncio informou que chegou ao local no último sábado, e que paga R$ 400 de aluguel. “A minha mulher fez o cadastro no Departamento de Habitação há seis anos, mas até hoje não foi contemplada com uma casa. Nós temos três filhos e não temos mais condições de pagar aluguel”, disse, informando que esse grupo é composto por mais de 40 famílias.
OUTRA ÁREA
Em relação a outra área ocupada na noite de terça-feira, Irene Dias Martins, líder do grupo revelou que as famílias decidiram invadir o terreno, que também pertence à prefeitura, porque não têm mais condições de pagar aluguel e querem uma resposta da prefeita para esse problema.
Irene disse que várias pessoas fizeram o cadastro no Departamento de Habitação em 2009 e até hoje não foram contempladas com a casa própria. “Nós temos que correr atrás dos nossos direitos. O salário que a gente ganha não é dá para pagar o aluguel. Existem várias famílias que foram contempladas com os apartamentos entregues pela prefeitura e que não precisam, sem contar que várias fizeram o cadastro por último e outras vieram de fora”, reclamou à invasora.
Ela informou que, essas famílias vão aguardar um posicionamento da prefeitura até segunda-feira. “Como é feriado, nós vamos aguardar no local até segunda-feira, quando vamos esperar um posicionamento da prefeita. Já montamos uma comissão, mas se ela se recursar a falar conosco, vamos para as ruas fazer manifestação e até construir barracos nesse terreno. A princípio, vamos aguardar, mas se a gente não tiver um posicionamento e não formos acolhidos, vamos construir barracos aqui”, ressaltou.
Irene afirmou que não existe nenhuma liderança política por trás das invasões e que foi uma decisão das famílias que invadiram as áreas. Rita Batista, disse que tem uma filha e não tem mais condições de pagar R$ 600 de aluguel. “O que está acontecendo aqui, se chama desespero. Tem um monte de família aqui que tem que trabalhar para comer, mas estão trocando a comida pelo aluguel. A previsão é de que mais famílias se juntem a nós, pois queremos uma resposta da prefeita do que ela poderá fazer por nós”, disse Cristian Dias, informando que esse grupo é formado por aproximadamente 50 famílias.