Os problemas de gestão do setor público dominaram nesta quarta-feira (20) a audiência que os deputados das comissões de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática tiveram com o empresário do setor siderúrgico Jorge Gerdau. A Frente Parlamentar da Infraestrutura também participou do debate.
Oportunidade
Gerdau critica tamanho do Estado e defende ortodoxia econômica
Gerdau disse que o custo de produção da energia no País é um dos mais baratos do mundo, mas o preço para as indústrias que demandam muita energia, as eletrointensivas, é quase o dobro de países como França e Argentina por causa dos impostos. O empresário defendeu tarifas mais baixas que as residenciais para este setor, como é o usual em todo o mundo, segundo ele.
Para Gerdau, o problema da governança está presente nos três principais problemas que o País tem que enfrentar: má qualidade da educação, alta carga tributária e falta de logística.
A maior parte dos deputados presentes concordou com o empresário. O deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) destacou a lentidão do setor público. "O Estado é incompetente, o Estado é pesado. Isso leva o povo às ruas”, afirmou.
Poupança baixa
Segundo Jorge Gerdau, também é necessário que o país aumente logo a sua capacidade de poupança. "O Brasil não consegue sair dos 16%, 18% de poupança sobre o seu PIB [Produto Interno Bruto]. A China tem um número que é quase absurdo, mas é acima de 40%. O índice de poupança define o índice de crescimento", disse.
Gerdau disse que o país tem um atraso de investimentos no setor de transportes da ordem de R$ 600 bilhões, mas o orçamento do ministério é de apenas R$ 15 bilhões. Ele ainda fez questão de ressaltar a necessidade de o governo ser ortodoxo em termos de política econômica, ou seja, gastar menos e estimular o setor privado a investir.
"Não adianta fugir da ortodoxia financeira. Você só tem dois modelos: ou aperta o mercado e busca a eficiência que o mercado fornece, ou faz intervencionismo”, afirmou.