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Igreja da Irlanda escondeu abusos contra crianças, diz ministro

Não está claro ainda se os nomes dos acusados serão divulgados

A Igreja Católica da Irlanda encobriu os abusos sexuais cometidos pelos seus padres contra as crianças da região de Dublin durante 40 anos, segundo um relatório oficial de 700 páginas publicado nesta quinta-feira. "O informe cataloga um mal após outro cometidos em nome do que foi perversamente visto como o bem maior", disse o ministro da Justiça, Dermot Ahern.

Não está claro ainda se os nomes dos acusados serão divulgados, o que deverá provocar constrangimento na Igreja Católica.

Conforme o relatório, cuja elaboração foi liderada pela juíza Yvonne Murphy, a conivência entre a hierarquia eclesiástica e as autoridades do Estado, entre elas a própria polícia e a procuradoria, serviu, diz o texto, para encobrir os esforços de quatro bispos de Dublin em manter o prestígio da Igreja, proteger os pedófilos e evitar escândalos.

Relatório anterior, datado de março de 2006, relatava casos de abuso sexual de crianças que envolviam 46 padres. Em julho passado, novo relatório, desta vez da Comissão da Diocese de Dublin, identificava 15 agressores, dos quais 11 estavam condenados e quatro aguardavam o julgamento –destes quatro, um já teria confessado os crimes.

No ano passado, a Igreja Católica na Irlanda revelou que sofria uma crise vocacional em meio aos escândalos de pedofilia. O número de padres em Dublin, capital do país predominantemente católico, caiu 25% na última década. Mais da metade dos padres irlandeses tem mais de 60 anos de idade, e a minoria menos de 30 anos.