A estratégia Nacional de Vacinação contra a gripe H1N1 atingiu a sua meta de imunizar 80% das crianças de seis meses a menores de 2 anos. Com 82% de cobertura (3.589.985 doses), elas se juntam aos profissionais de saúde, que superaram os 98% do grupo selecionado (2.455.641). O número de pessoas vacinadas até o momento é de 23,5 milhões, um aumento de 17,5% em relação a segunda-feira (12), quando foi realizado o último balanço geral da vacinação – em relação a sexta-feira (19) a vacinação quase dobrou (81%).
O Ministério da Saúde chama a atenção que, na próxima semana, haverá feriado, na quarta-feira (21), quando os postos de saúde podem não abrir, dependendo das estratégias das secretarias estaduais e municipais de saúde. Jovens de 20 a 29 anos, gestantes, doentes crônicos e responsáveis por crianças devem se organizar, pois a atual etapa de vacinação encerra-se no dia 23 e não há previsão de prorrogação. O governo também mantém uma convocação especial para as gestantes, pois representam neste ano uma em cada três mortes relacionadas à nova gripe, além corresponderem a mais de 20% dos casos graves. Elas, portanto, estão entre os grupos mais vulneráveis à doença.
O total de grávidas vacinadas é de 1.553.027. Até o momento, nenhum efeito adverso grave foi confirmado no Brasil, seja em gestantes ou na população geral brasileira, assim como não há relato desse tipo de reação no mundo, onde foram aplicadas mais de 300 milhões de doses da vacina. Os doentes crônicos com menos de 60 anos também devem prestar atenção ao calendário. Eles somam até o momento 6,4 milhões de vacinados. Os idosos com doenças crônicas devem ser vacinados a partir do dia 24. Para o total dessa população, a meta está em 31,4% – a meta inclui todas as faixas etárias.
Os jovens de 20 a 29 anos ainda possuem 6 dias úteis (contanto com esta quinta-feira) para se vacinar. No total, 10.986.314 já procuram os postos para receber a sua dose. A meta, até o momento, atingiu 31,24%. No ano passado, os 2.051 óbitos registrados, 1.539 (75%) ocorreram em pessoas com doenças crônicas. Entre as grávidas (189 morreram, ao todo), a mortalidade foi 50% maior que na população geral. Adultos de 20 a 29 anos concentraram 20% dos óbitos (416, no total). E as crianças menores de dois anos tiveram a maior taxa de incidência da doença no ano passado (154 casos por 100 mil habitantes).
“As pessoas não devem deixar para se vacinar na última hora. O calendário de vacinação foi pensado para proteger a população antes do período em que há maior transmissão das doenças respiratórias”, afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Ele lembra que a imunização é garantida 15 dias após a aplicação. Ou seja, se as pessoas que são mais vulneráveis não procurarem os postos no período correto, estarão sujeitas às formas mais graves da doença, o que pode levá-las a morte.
Ao todo, o Ministério da Saúde adquiriu 113 milhões de doses para vacinar 91 milhões de pessoas contra gripe H1N1. A meta é imunizar pelo menos 80% desse público-alvo. Os grupos prioritários são aqueles que têm o maior risco de desenvolver formas graves da doença e de morrer. Eles foram definidos pelo Ministério da Saúde em consenso com sociedades científicas, entidades de classe e representantes de estados e municípios. Serão vacinados trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas, crianças de seis meses a menos de dois anos e adultos de 20 a 29 anos e de 30 a 39 anos.
SERVIÇO:
1. GRÁVIDAS – Todas as grávidas, independentemente do período de gestação, devem tomar a vacina. As mulheres que engravidarem após o fim da terceira etapa poderão se imunizar nas fases seguintes. Não é necessário apresentar atestado médico para comprovar a gravidez.
2. CRIANÇAS – Na vacinação das crianças de 6 meses a menores de 2 anos, pais e responsáveis devem levar aos locais de imunização apenas os bebês de seis meses a menores de dois anos. É muito importante levar o cartão de vacinação das crianças. Elas receberão uma dose dividida em duas vezes. A segunda meia dose será administrada 30 dias após a primeira. Se a criança completar seis meses depois de 23 de abril, também poderá ser vacinada nas etapas seguintes.
3. DOENTES CRÔNICOS – Em relação aos doentes crônicos, devem procurar os postos de vacinação pessoas com menos de 60 anos que têm problemas crônicos de coração, pulmão, rins, fígado, diabéticos, pacientes em tratamento para aids e câncer ou os chamados grandes obesos (veja lista abaixo). Aqueles que serão vacinados devem levar aos postos um documento de identidade com foto e a carteira de vacinação do adulto, se possuírem. Também não é preciso levar atestado médico comprovando a doença crônica.
DOENÇAS CRÔNICAS PARA VACINAÇÃO
Os pacientes devem consultar o médico antes de tomar a vacina para esclarecer dúvidas e receber orientações
• Pessoas com grande obesidade (Grau III), incluídas atualmente nos seguintes parâmetros:
– crianças com idade igual ou maior que 10 anos com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25;
– criança e adolescente com idade maior de 10 anos e menor de 18 anos com IMC igual ou maior que 35;
– adolescentes e adultos com idade igual ou maior que 18 anos, com IMC maior de 40.
• Indivíduos com doença respiratória crônica desde a infância (ex: fibrose cística, displasia broncopulmonar)
• Indivíduos asmáticos (portadores das formas graves, conforme definições do protocolo da Sociedade Brasileira de Pneumologia)
• Indivíduos com doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (ex: distrofia neuromuscular)
• Pessoas com imunodepressão por uso de medicação ou relacionada às doenças crônicas
• Pessoas com diabetes
• Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e outras doenças respiratórias crônicas com insuficiência respiratória crônica (ex: fibrose pulmonar, sequelas de tuberculose, pneumoconioses)
• Pessoas com doença hepática: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral
• Pessoas com doença renal: insuficiência renal crônica, principalmente em doentes em diálise
• Pessoas com doença hematológica: hemoglobinopatias
• Pessoas com terapêutica contínua com salicilatos, especialmente indivíduos com idade igual ou menor que 18 anos (ex: doença reumática auto-imune, doença de Kawasaki)
• Pessoas portadoras da síndrome clínica de insuficiência cardíaca
• Pessoas portadoras de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica:
– Hipertensão arterial pulmonar
– Valvulopatia
• Pessoas com cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular (fração de ejeção do ventrículo esquerdo [FEVE] menor do que 0.40)
• Pessoa com cardiopatia hipertensiva com disfunção ventricular ([FEVE] menor do que 0.40)
• Pessoa com cardiopatias congênitas cianóticas
• Pessoas com cardiopatias congênitas acianóticas, não corrigidas cirurgicamente ou por intervenção percutânea
• Pessoas com miocardiopatias (Dilatada, Hipertrófica ou Restritiva)
• Pessoas com pericardiopatias
4. IDOSOS – Os idosos com doenças crônicas devem aguardar, pois terão um “Dia D” exclusivo para eles. Será em 24 de abril, quando começa a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso contra a gripe comum, que vai até 7 de maio. Nesse período, todas as pessoas com mais de 60 anos serão imunizadas contra a gripe comum, como acontece todos os anos. Se tiverem doenças crônicas, serão vacinadas também contra a gripe pandêmica. Assim, o idoso só precisará ir ao local de vacinação uma única vez.
5. ADULTOS DE 30 A 39 ANOS – A quinta e última etapa de vacinação, para adultos de 30 a 39 anos, será de 10 a 21 de maio. O público-alvo é de 29,1 milhões. Esta faixa etária concentrou 15% dos casos de doença respiratória grave e 22% dos óbitos causados pelo vírus H1N1 em 2009.