
O latrocínio que vitimou o padre Alexsandro da Silva Lima, 43 anos, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Douradina, mobiliza a Polícia Civil de Dourados e já resultou na prisão de cinco suspeitos.
O religioso desapareceu entre a noite de sexta-feira (14) e a madrugada de sábado (15), e, desde então, as equipes do Setor de Investigações Gerais (SIG) trabalham em várias frentes para esclarecer o crime, que ocorreu em Dourados, a 251 quilômetros de Campo Grande.
Desde o início das buscas, os investigadores concentraram esforços tanto na casa em que o padre morava, no Jardim Vival dos Ipês, quanto na região do Distrito Industrial, onde o corpo foi localizado.
Ainda na sexta-feira, familiares e fiéis perceberam a ausência do religioso e, pouco depois, o celular dele apareceu no bairro Jardim Canaã I, o que acendeu o alerta das autoridades.
A partir daí, a investigação passou a seguir a linha de latrocínio, roubo seguido de morte.
Na madrugada de sábado, o SIG identificou o Jeep Renegade preto, pertencente à vítima, circulando pela cidade.
O veículo estava com dois jovens. Os policiais realizaram a abordagem e detiveram Leanderson de Oliveira Junior, de 18 anos, no Canaã I, e um adolescente de 17 anos, localizado posteriormente no Jardim Santa Maria.
Conforme a Polícia Civil, um deles confessou o crime, enquanto o outro admitiu ter participado da ocultação do corpo.
Investigação e Apuração do Caso
A apuração mostrou que o padre residia em Dourados, na região da rua Concórdia com Urupema, no Jardim Vival dos Ipês, embora exercesse o ministério sacerdotal em Douradina.

Segundo o delegado Lucas Albé Veppo, os autores agiram com objetivo de subtrair o carro, dinheiro, joias e outros pertences do religioso. A casa do padre, portanto, virou cenário de violência e, em seguida, de tentativa de apagamento de provas.
Já no início da tarde de sábado, as equipes avançaram sobre a área industrial e encontraram o corpo de Alexsandro enrolado em um tapete, às margens de uma mata próxima à unidade da BRF S.A., no Distrito Industrial de Dourados.
Os peritos constataram que ele sofreu uma facada no pescoço, além de vários golpes de marreta na cabeça. A dinâmica reforça a caracterização de um crime brutal, ligado diretamente ao roubo de bens e ao uso extremo de violência contra a vítima.
Prisões e Desdobramentos
Enquanto o trabalho de perícia prosseguia, os investigadores seguiram cruzando informações sobre movimentação de pessoas e de objetos retirados da residência do padre.
Ainda na noite de sábado, o SIG realizou novas prisões: João Victor Martins Vieira, de 18 anos, e duas adolescentes de 17 anos foram detidas e encaminhados à delegacia.
De acordo com a Polícia Civil, o trio teria ajudado na limpeza da casa após o crime, além de participar da subtração de bens do local. Assim, o número de envolvidos chegou a cinco, sendo dois maiores de idade e três adolescentes.
As equipes isolaram tanto o imóvel onde o padre vivia quanto o ponto em que o corpo foi deixado.
Ambos passaram por minuciosa perícia, justamente para levantar vestígios, reconstruir a sequência dos fatos e estabelecer o grau de participação de cada suspeito.
O delegado Lucas Albé Veppo informou que o caso segue sob investigação, com base nas tipificações de latrocínio e ocultação de cadáver, e adiantou que deve se pronunciar oficialmente sobre o andamento das apurações na segunda-feira (17).
Histórico de Violência e Relevância na Investigação
O crime que tirou a vida do padre Alexsandro, porém, não foi o primeiro episódio de violência envolvendo o religioso.
Em 2018, quando atuava como pároco da Paróquia Santo André, também em Dourados, ele já havia sido vítima de um caso semelhante.
Naquela ocasião, o episódio ocorreu na residência em que morava e também terminou com o veículo levado.
Três jovens chegaram a ser detidos à época. Esse histórico, agora, reaparece como dado relevante no contexto da nova investigação.