Veículos de Comunicação

Oportunidade

MS investe em tecnologia para agregar valor ao couro

Segundo o governador, esse é um primeiro passo a caminho da meta de atrair para o Estado empresas que façam a industrialização

Pioneiro na região Centro-Oeste, o Centro de Tecnologia do Couro (CTC) instalado em Mato Grosso do Sul acaba de ganhar novos laboratórios que permitem avançar ainda mais na pesquisa e desenvolvimento da produção dessa matéria-prima. O governo do Estado, em parceria com a Federação das Indústrias, Ministério da Ciência e Tecnologia, Embrapa Gado de Corte e as entidades que formam o CTC, inaugurou hoje as novas instalações que, no máximo em 90 dias, começam a trabalhar de forma completa a primeira etapa de transformação da pele em couro, o west blue.

Segundo o governador, esse é um primeiro passo a caminho da meta de atrair para o Estado empresas que façam a industrialização em todas as etapas, até chegar a um produto final de altíssima qualidade e pronto para ser empregado nas melhores peças. “O CTC vai aprimorar as possibilidades de termos todas as etapas do couro e a melhor qualidade dele. Determinamos à secretaria da Produção que, em parceria com a Fiems, busque no Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e na região do município de Franca, em São Paulo, empresas que queiram vir se instalar em Mato Grosso do Sul”, anunciou.

“Com os novos laboratórios, o wet blue pode ser testado química, física e tecnologicamente. Isso é muito importante para mostrar credibilidade e segurança para futuros investidoeres”, reconhece a secretária de Produção, Indústria, Comércio e Turismo, Tereza Cristina Dias, para quem uma das vantagens locais é o a pele do boi nelore, de bom tamanho, ideal para indústrias com a de fabricação de estofado para automóveis.

Junto com o avanço nas pesquisas tecnológicas, o Estado tem o atrativo de incentivos fiscais, que podem chegar até 90% de isenção do imposto devido para as novas indústrias que implantarem processos completos de produção, do wet blue ao semiacabado e acabado, conforme destaca o governador. Matéria para essa produção o Estado tem – somente de bovinos são mais de 300 mil peles por mês, considerando o número de animais abatidos.

Para o governador, investimentos como esse agregam muito à diversificação da economia sul-mato-grossense, porque abre caminho para o aproveitamento de um produto natural que ainda não conta com processo local de industrialização. “O Centro agrega para a economia do Estado o potencial de exportar tecnologia, de promover capacitação profissional e geração de emprego em iniciativas que ainda são incipientes no Estado. Temos muito o curtimento de couro em grande quantidade na primeira fase, a do wet blue, mas queremos o couro final, o couro que tenha qualidade para sapatos de grife que possam ser vendidos no mercado europeu a preço muitíssimo superior ao que é vendido aqui”, ressaltou André.

Essa também é a pretensão de produtores e industriais que buscam aproveitamento de todo o potencial do couro. De acordo com o presidente da Fiems, Sergio Longen, com a conclusão dos laboratórios biotecnológico, físico-químico e físico-mecânico, já começa a próxima etapa de trabalho para implantar a estrutura destinada à fabricação do couro semiacabado e acabado. “Vamos encaminhar uma nova proposta ao Ministério [da Ciência e Tecnologia] para termos aqui o processo de finalização, o processamento e o acabamento do couro”.

O presidente do Conselho Gestor do CTC, Ivo Scarcelli, apontou que o empenho do governador, juntamente com os parceiros, foi fundamental para conseguir montar o laboratório. “Agora vamos instrumentalizar e homologar esse trabalho, de forma a conseguir a certificação da qualidade do couro para fins de exportação.