O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defende que é preciso encontrar novos canais de exportação para o milho brasileiro para reverter a baixa no preço nas regiões produtoras. Em Mato Grosso, segundo maior produtor nacional do grão, atrás apenas do Paraná, a cotação da saca de 60 quilos do produto em alguns municípios está abaixo de R$ 9, enquanto o preço mínimo definido pelo governo para o estado é de R$ 13,98.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de milho nesta safra deve chegar a 54 milhões de toneladas. O consumo é de aproximadamente 46 milhões de toneladas e a previsão de exportação é de 8,5 milhões de toneladas. Como os estoques estão acima de 10 milhões de toneladas, a pressão sobre o preço é alta.
“Terei uma reunião específica para tratar da questão do milho. Temos que encontrar novos canais de exportação, um desaguadouro para a produção”, afirmou Rossi. De acordo com ele, com a proximidade do fim da safra, aumenta a necessidade de comercializar tanto para obter recursos para o próximo plantio quanto para enfrentar o problema da falta de armazéns, questão crítica do país, que tem uma das maiores produções de grãos do mundo.
Na semana passada, os ministérios da Agricultura e da Fazenda chegaram a um acordo, depois de mais de dois meses de discussões, para a publicação, nos próximos dias, de uma portaria de apoio à comercialização de milho, arroz e feijão. Mesmo assim, Rossi ressaltou a necessidade de estimular a exportação dos excedentes de milho, para que os produtores não tenham a renda ainda mais prejudicada.