De janeiro até o início de abril, o Procon de Três Lagoas já registrou 52 denúncias de crimes praticados pela internet, contra consumidores lesados. Os principais problemas registrados são: a demora ou não entrega do produto, seguido por defeitos na mercadoria.
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Procon já registrou 52 crimes pela internet em Três Lagoas
As denúncias foram feitas de janeiro ao início do mês de abril
A diretora do órgão, Lilian Campos, afirma que, em 2013 foram feitas 163 reclamações. “Neste ano, nem completamos os quatro primeiros meses e já chegaram até a gente 52 reclamações. É um número alto e, os consumidores precisam se atentar, verificar se a empresa que está vendendo o produto ou prestando um serviço, realmente existe e é idônea. No site da referida empresa deve ter todos os dados dela, como é o caso do CNPJ, endereço, e-mail, telefone para contato e todos os demais necessários. Jamais fechar negócio, sem ter certeza de tudo isso”, orienta.
A comerciante do ramo de papelaria, Magna Teixeira dos Santos, 37 anos, vem enfrentando sério problema com a empresa que comercializa material de consumo para papelarias.
Magna efetuou compra no valor de R$ 3.341,00 em papel sulfite A-4, dia 27 de março deste ano. “Fiz a cotação de preço em vários sites e, vi que essa empresa estava com o preço mais em conta. Era grande a diferença de valor, então fechei o negócio. Falei várias vezes com o vendedor, via e-mail e telefone fixo. O pagamento foi efetuado por boleto bancário. Apesar da data limite de entrega ser de 10 dias, o vendedor me garantiu que tudo seria entregue pelo caminhão da própria empresaaté dia 1° de abril. Como nada chegou, dia 3 voltei a falar com o mesmo rapaz, que se dizia funcionário, mas assim que passei o número do pedido, a ligação caiu e nunca mais consegui manter contato. Então percebi estar sendo vítima de golpe”, revela a comerciante.
Magna disse ter ido até delegacia de polícia e à agência bancária em que é cliente, para tentar descobrir informações verdadeiras do suposto golpista, mas foi informada que, apenas por meio de autorização judicial conseguiria os dados. “O gerente do banco citou que, apesar do boleto estar no nome de pessoa jurídica (empresa), o dinheiro foi depositado em favor de pessoa física. Na verdade descobri que essa empresa falsa usa o nome e dados de uma verdadeira, que atua no mesmo ramo”, explica a mulher.
Simone Joana Santos SilvaGuerini, 30 anos,que é sócia de Magna na papelaria, comenta ainda que, conseguiram falar com a empresa que teve dados usados pelo site falso e, soube que eles têm conhecimento que estão sendo clonados, inclusive já tentaram tirar o falso site do ar, porém não conseguem, por serem distribuidora de pequeno porte.
As comerciantes tentaram buscar apoio no Procon para o caso, mas como se tratar de comércio, ou seja, pessoa jurídica, e não um cidadão comum, o órgão não tem como atendê-las.
ORIENTAÇÃO
Para a coordenadora do Procon, comerciantes precisam estar atentos. Desconfiar das ofertas praticadas muito abaixo do mercado é uma forma de desconfiar da idoneidade da fornecedora de mercadorias e serviços.
Outra dica passada por ela é para que, quando a compra for efetuada, com cartão de crédito, pelo telefone, evitar passar a senha. Guardar todos os dados na hora da compra, como confirmação do pedido, número do protocolo, e-mails trocados e outros mecanismos, também ajuda o consumidor a garantir o sucesso da compra.
“Muitas pessoas não sabem, mas, existe o direito do arrependimento da compra. Todo consumidor que faz aquisição de bens ou serviços fora do estabelecimento comercial, como é o caso da internet, telefone, catálogos ouem domicílio, tem direito de se arrepender, dentro de sete dias, a partir da data da assinatura do contrato ou recebimento do produto ou serviço. Esses valores devem ser devolvidos de imediato, e monetariamente atualizados”, esclarece Lilian.
A comerciante informa que, já apresentou a denúncia ao juizado de pequenas causas. Audiência foi marcada para o dia 26 de maio, com a presença que supostamente teria aplicado o golpe contra ela e sua sócia.
“Aguardarei a audiência no Fórum, para pedir autorização judicial e assim o banco liberar a quebra do sigilo bancário de quem recebeu os mais de R$ 3 mil que depositei. Assim também posso registrar um boletim de ocorrência”, conclui Magna, que informa ainda que o site falso continua aberto e operando normalmente.