O processo de retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, está prestes a dar mais um passo importante. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, as empresas contratadas pela Petrobras para elaborar os orçamentos da obra devem entregar suas propostas até o dia 30 de outubro.
“Eu tenho ligado praticamente toda semana para a Petrobras para perguntar como está o andamento. Agora, no dia 30 de outubro, teremos a entrega oficial das empresas que foram contactadas pela Petrobras para fazer o orçamento da UFN3, estimado em cerca de 800 milhões de dólares”, afirmou Verruck em entrevista ao Grupo RCN de Comunicação.
Segundo o secretário, a Petrobras dividiu o empreendimento em blocos, e cada empresa apresentará o custo estimado de um deles. “A ideia é que o processo seja mais rápido e eficiente. Após essa fase, a Petrobras deve se posicionar oficialmente em novembro”, explicou.
Verruck disse ainda que a sinalização da estatal é positiva. “O que nos anima é que a Petrobras acaba de inaugurar uma unidade em Sergipe, mostrando seu retorno efetivo com a produção de fertilizantes. Isso reforça o posicionamento estratégico da empresa de voltar a investir nesse setor. Acredito que poderemos ter alguma novidade contratual já em fevereiro”, destacou.
A expectativa do Governo Federal é que, com a retomada das fábricas desativadas e a conclusão da UFN3, a Petrobras passe a atender 35% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados. Atualmente, a companhia está reativando as unidades da Bahia, Sergipe e Paraná, que juntas devem suprir cerca de 20% do consumo brasileiro.
Durante evento na Bahia, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a UFN3 será responsável por 15% da demanda nacional de ureia. “Essa já está sendo contratada. Quando estiver pronta, o sistema Petrobras será capaz de entregar mais de um terço dos fertilizantes nitrogenados que o Brasil precisa”, disse a executiva ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo projeções da estatal, a unidade de Três Lagoas deve produzir 3,6 milhões de toneladas de ureia, 2,2 milhões de toneladas de amônia e 225 toneladas de amônia para venda por dia. Além de atender à agricultura, a produção também beneficiará indústrias de móveis, tintas, vernizes, revestimentos e couro.
As obras estão previstas para serem retomadas em 2026, com investimento estimado em R$ 3,5 bilhões, e conclusão projetada para 2028. A expectativa é de geração de cerca de 8 mil empregos diretos e indiretos durante o período de execução.
Anunciada em 2011 como um dos maiores projetos industriais da América Latina, a UFN3 teve suas obras paralisadas em 2014, quando estava 81% concluída.