
A previsão orçamentária para o ano que vem prevê que, em 2013, o município de Três Lagoas tenha uma arrecadação inferior à prevista para 2012, que foi de R$ 282 milhões. Na tarde de ontem, foi realizada audiência pública para apresentação e discussão das ações previstas para o orçamento do ano que vem, cuja arrecadação prognosticada foi no valor de R$ 281,692 milhões.
Do valor total previsto para 2013, aproximadamente R$ 92 milhões são de receitas municipais; cerca de R$ 81 milhões do governo federal; R$ 102 milhões de repasse do Estado e mais de R$ 29 milhões do Fundeb.
De acordo com o diretor da Secretaria Municipal de Finanças, Gilmar Maneguzo, a arrecadação para este ano também não deve atingir a receita prevista em razão de vários fatores, como a crise mundial, entre outras situações, as quais refletem diretamente na diminuição de repasse para o município, através dos governos estadual e federal. Ele não soube precisar como deve fechar a arrecadação deste ano, já que ainda restam três meses para encerrar 2012.
Apesar de ter sido cogitado que a arrecadação de Três Lagoas para 2013 seria de R$ 300 milhões, Meneguzu disse que isso não deve se confirmar. “O valor tinha sido baseado na proposta orçamentária feita anteriormente e, imaginando que haveria um crescimento do PIB, chegamos a esse valor, mas isso não vem se concretizando”, frisou.
Durante a audiência de ontem, foram apresentadas as ações previstas para cada secretaria no próximo ano. O projeto da peça orçamentária para 2013 será entregue aos vereadores até o dia 15 deste mês, que devem aprová-lo até o mês de dezembro.
PÚBLICO
Assim como nas demais audiências, a de ontem contou praticamente com a presença dos servires público e, mesmo assim, em número bem reduzido. Alguns secretários também não estiveram presentes para sanar dúvidas. A bancária aposentada, Sônia Aparecida de Camargo, que esteve presente, disse que sempre acompanha as audiências para exercer o papel de cidadã a fim de saber como o dinheiro tem sido aplicado. “Às vezes, há concordância e, às vezes, discordância”, declarou.
Para ela, a audiência de ontem foi muito superficial, uma vez que não foi possível para o cidadão ver, com transparência, aquilo que ele pode observar no dia a dia a fim de saber o que está sendo feito com o imposto que paga. “É uma obrigação que, a meu ver, a Prefeitura faz apenas para cumprir a lei. Não vejo isso como uma audiência pública porque temos pouquíssimos cidadãos aqui hoje. Deveríamos estar com essa casa cheia para o cidadão saber o que será feito com o dinheiro dele no ano que vem”, comentou.
Sônia disse ainda que o fato de alguns secretários não estarem presentes prejudica muito esse tipo de evento, já que as pessoas não conseguem ter suas dúvidas esclarecidas. “Têm secretários que não veem aqui para defender as ações de suas pastas. Sei que é difícil o cidadão querer participar da construção de políticas públicas, mas cabe ao poder público fazer com que isso se concretize. Na hora de pedir voto, o político sabe como fazer para convencer o eleitor a votar nele, mas, depois de eleito, não sabe que marketing usar para dizer ao cidadão como participar da construção da política pública?”, questionou.