Uma adolescente de 16 anos e um rapaz de 21 anos foram presos acusados serem os responsáveis pela morte do filho de apenas cinco meses. O bebê morreu no último sábado (22), depois de ser internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, com traumatismo craniano. A criança morava em uma residência na rua Maria Guilhermina Esteves, bairro Novo Ipanema e deu entrada no hospital por volta das 12h40 de sábado, com traumtismo craniano.
Conforme a conselheira tutelar, Miriam Monteiro Herrera Hamed, por volta das 12 horas, a criança foi encaminhada pelos pais para o Pronto Atendimento (PA). No local, foram informados de que o estado da criança era grave e que ela precisava ser transferida às pressas para o hospital Nossa Senhora Auxiliadora. Ainda no (PA), o bebê teve uma parada cardíaca e foi reanimada pela equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que prestava os primeiros socorros.
Às 13h30, o Conselho Tutelar foi acionado pelo hospital. Miram conta que chegou a ver a criança na UTI e que o estado de saúde dela já era desanimador. “Ao chegar, fomos informados de que a criança não aguentaria uma transferência e que dificilmente sobreviveria. Além do ferimento, a criança apresentava um grave caso de desnutrição. O bebê tinha cinco meses, mas pesava apenas quatro quilos, metade do esperado para uma criança nesta idade”, lembrou.
Os pais, segundo ela, foram dispensados e estavam no meio do caminho para casa, quando foram chamados novamente pelo hospital. “Entrei em contato com o Ministério Público e fui informada que este era um caso de polícia. Então chamamos a Polícia Militar e, em seguida, pedimos para que os pais retornassem ao hospital. Quando eles chegaram, de bicicleta, foram presos”.
A adolescente foi levada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no veículo oficial do Conselho Tutelar. Já o pai, seguiu no camburão da polícia. Na delegacia, eles foram informados sobre a morte do bebê, por volta das 18 horas.
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O caso teve repercussão em todo o Estado. Segundo Miram, este foi o primeiro caso de morte por maus tratos registrados em Três Lagoas.
Já para o delegado Orlando Sacchi, que assumiu o caso, este é o primeiro caso em dez anos de carreira.
Os dois apontam para o aumento de crimes de maus tratos na Cidade. “Os casos de maus tratos em Três Lagoas são muitos, e preocupam, mas nada desta proporção”, disse Miriam.
Conforme Sacchi, a Polícia Civil aguardará o resultado dos laudos do Instituto Médico Legal (IML) para dar continuidade ao inquérito civil. O casal responde por maus tratos com resultado morte. A pena para este crime varia de quatro a 12 anos de reclusão e pode ser aumentada em 1/3 por ser menor de 14 anos. Até o fechamento desta edição, a mãe da criança permanecia em uma cela separada na 1ª Delegacia de Polícia. O pai foi transferido para a Penitenciária de Segurança Média.
