Apesar da proibição de caminhões trafegarem em determinas ruas da cidade, conforme previsto por decreto municipal, editado em 12 de abril do ano passado, é comum vê-los transitando tranquilamente pela cidade. As operações de carga e descarga feitas fora do horário, também proibidas pelo decreto, vêm sendo feitas na área central de Três Lagoas.
A equipe do Jornal do Povo foi às ruas por três dias e, em poucos minutos, flagrou mais de dez desses veículos em locais proibidos. Conforme a Polícia Militar (PM), alguns motoristas têm realmente desrespeitado a lei, embora a fiscalização tenha sido intensificada para o combate dessas infrações. A PM informou ainda que somente neste ano já foram realizadas 39 autuações. As multas variam entre R$ 80 e R$ 187.
O decreto proíbe o tráfego de caminhões de carga, com peso bruto acima de 12 toneladas, no retângulo compreendido entre as avenidas Rosário Congro e Filinto Müller e ruas José Hamílcar Congro Bastos e Duque de Caxias. As operações de carga e descarga no perímetro compreendido entre as avenidas Eloy Chaves, Rosário Congro, Filinto Müller e a rua Alfredo Justino, não podem ser feitas entre as 8 e 17h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 8 às 14h. Fora do horário específico, esse tipo de serviço só poderá ser feito mediante a comprovação de nota fiscal ou documento de embarque.
DEPTRAN
Para a diretora do Departamento Municipal de Trânsito e Sistemas Viários (Deptran), Creusa Ramos Monteiro Ferreira, é importante que os motoristas de caminhões respeitem a legislação. De acordo com ela, o tráfego desses veículos em horários proibidos prejudica o trânsito uma vez que o torna mais lento.
Creusa disse ainda que, além de atrapalhar o fluxo de veículos, os caminhões oferecem riscos a pedestres e aos outros motoristas. “É importante que as empresas responsáveis pelo serviço de carga e descarta tenham bom senso. Elas devem entender, de uma vez por todas, que existe uma lei que restringe o tráfego”, disse.
A diretora lembrou que o perigo do tráfego de veículos pode ser comprovado por meio de estatísticas do Deptran. Somente neste ano, já foram registrados dois acidentes com morte. “Duas pessoas morreram ao se envolver em acidentes com caminhões que passavam por locais indevidos. Se eles respeitassem a regulamentação, esses acidentes poderiam ter sido evitados”, salientou.
O último acidente aconteceu no cruzamento da avenida Rosário Congro com a rua Bernadino Antônio Leite. A ciclista Dirce Louveira Joaquim, de 58 anos, morreu após ser atropelada por uma carreta carregada de resíduos de madeira.