A Regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), nº 358, passa a exigir às auto-escolas de todo o País um preparo eficaz que garanta, no mínimo, 60% de aprovação. Contudo, esse índice em Três Lagoas supera o percentual mínimo, com a média de 70% na liberação da primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) entre os requerentes. A exigência será uma das condições para que os estabelecimentos tenham o seu credenciamento renovado a cada ano.
Porém, a classificação de motoristas imprudentes e mal preparados que transitam pelo Município é consensual entre os dirigentes das auto-escolas. “Não adianta nós prepararmos o candidato para dirigir corretamente, se aqueles com CNH demonstram despreparo e imprudência no trânsito diário em Três Lagoas”, afirmou o instrutor e proprietário de auto-escola, Dilberto Silva.
O principal fator que causa a reprovação de um candidato ainda é o nervosismo e a falta de atenção, conforme apontam proprietários das auto-escolas. Para Jéferson Vilela da Silva, o horário do exame amplia a dificuldade. “Os futuros motoristas são colocados já na situação caótica que se encontra o trânsito de Três Lagoas, às 7h da manhã. É comum o nervosismo aumentar e provocar mais erros banais causando reprovação no teste. Uma dica é fazer as aulas nesses horários”.
O objetivo da resolução é alvo de desconfiança sobre o aspecto de indução a aprovação indiscriminada para manter a auto-escola funcionando e provocar conchavos. Porém, técnicos do Contran reafirmam que a idéia é controlar a qualidade no processo de formação de condutores.
A princípio, o índice mínimo de aprovação pretende pressionar os estabelecimentos a melhorar a qualidade dos cursos e a obrigar os alunos a cumprir a jornada mínima de 45 aulas teóricas e 20 práticas para tirar a CNH.
A medida ainda é citada por autoridades como uma forma de combater as críticas às auto-escolas que lucram com a reprovação de alunos sem treiná-los da forma adequada, ganhando dinheiro com as seguidas taxas cobradas a cada insucesso.