A partir de hoje (16) as Agências dos Correios em Três Lagoas começam a distribuir os presentes de Natal adotados durante a campanha Papai Noel dos Correios. Este ano, 320 crianças mandaram cartinhas endereçadas ao bom velhinho. Até o dia 22 de dezembro, 150 crianças devem receber a visita dos carteiros para distribuir os pedidos.
Este ano, um caso inusitado foi responsável por abrir uma exceção diante das regras impostas pela campanha. Embora o projeto não contemple pedidos como eletrônicos e moveis, uma menina receberá uma cama e guarda roupas.
De acordo com o coordenador do projeto Papai Noel dos Correios, Everson Marcelo da Silva, a menina pediu apenas a cama. “Na cartinha ela contou que dormia no chão e que tinha medo de barata. O padrinho foi além e também comprou o guarda-roupa. Não é sempre que abrimos exceção, mas nesse caso, percebemos que era um pedido realmente feito por uma criança. Muitas vezes percebemos que são influenciadas pelos pais, então não atendemos”, explica.
Na Cidade, boa parte das cartinhas não foi atendida por não atenderem aos critérios solicitados pela campanha. “Muitas vezes as crianças escrevem mais de uma cartinha, pensando que vão ganhar mais de um presente. É nesse momento que o sistema acusa nomes e endereços iguais e acabamos não atendendo nenhum dos pedidos. Outras vezes elas não mandam a postagem com nome completo e endereço. Isso dificulta o trabalho e exclui a possibilidade atendimento”.
A bicicleta continua sendo o presente mais pedido. Na agência Central, o volume de presentes é considerável. Marcelo explica que 125 cartinhas não serão atendidas por falta de padrinhos. “Gostaríamos de atender todas as cartinhas, mas não temos padrinhos suficientes, a maioria sempre adota mais de uma criança, mas este ano faltaram padrinhos. Os interessados ainda podem procurar os correios. Para nós o que importa é conseguir enviar o presente. Até dia 22, se alguém se interessar, podemos enviar os presentes”.
RIGOR
O coordenador enfatiza que não há contato entre padrinho e afilhado. “Já tivemos casos de suspeita de pedofilia, abuso e até ‘exploração’. Outro caso é a má fé da família atendida. Por isso, todos os anos no mês de outubro nos reunimos para adotar novas medidas. Atualmente não há nenhum contato, mantemos o endereço e o nome completo em sigilo. O intuito do projeto é entregar os presentes, não transformar padrinhos em assistentes. Já ouve casos em que a família agiu de má fé, criou vínculo e sempre pedia cesta básica. Não podemos fugir do foco”.