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Análise

Economia registra deflação, mas alimentos continuam com preços elevados nas gôndolas

Queda dos combustíveis e da energia fizeram com que o índice inflacionário tivesse queda de 0,68% em junho, segundo IBGE

alimentos > ainda continuam caros e consumidores sentem no bolso na hora da compra - Divulgação
alimentos > ainda continuam caros e consumidores sentem no bolso na hora da compra - Divulgação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerando a inflação oficial do país, teve queda de 0,68% em julho, após ter registrado alta 0,67% em junho, segundo divulgou, nesta semana o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o país registrou uma deflação – inflação negativa – a primeira depois de 25 meses seguidos de alta de preços. Segundo o  IBGE, foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

Porém, essa queda não foi sentida pelo consumidor, principalmente quando se trata da questão alimentar. 

A deflação em julho é explicada principalmente pelo recuo dos preços dos combustíveis e energia. As variações negativas destes itens refletem a queda nos preços praticados nas refinarias da Petrobras e também a redução das alíquotas de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). O transporte de diversos produtos, principalmente alimentícios é feito pelo modal rodoviário. De acordo com a supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos de Mato Grosso do Sul (Dieese-MS), Andreia Ferreira, as principais quedas foram na gasolina e no etanol, mas não no principal combustível utilizado no transporte rodoviário, o diesel. 

“Os alimentos no Brasil, em sua grande maioria, são transportados por meio rodoviária. Portanto, como o diesel não acompanhou os mesmos patamares negativos, os consumidores não conseguem ver esse resultado nos preços dos alimentos”, explicou. 

Outra explicação, mas dessa vez do IPCA, os preços dos combustíveis em geral caíram 10,82% em agosto. Com destaque para o recuo de quase 12% no valor médio do litro da gasolina. Já os alimentos subiram 0,24%, 9º alta mensal seguida, no acumulado de um ano. Já os combustíveis, acumulam queda de 7%, os alimentos, por outro lado, apresentam alta de 13%. 

Resultado histórico
Ainda conforme o IPCA, o país registrou a primeira deflação depois de 25 meses seguidos de alta de preços. Segundo o IBGE, foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. Desde o plano Real, o Brasil só registrou deflação 15 vezes. O último recuo mensal no IPCA até então tinha sido o de maio de 2020 (-0,38%).

No ano, porém, a inflação acumulada é de 4,77%. No acumulado nos últimos 12 meses a taxa desacelerou para 10,07%, contra os 11,89% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.