O desenvolvimento industrial e a expansão do plantio de eucalipto na região de Três Lagoas têm ocasionado a migração de famílias da zona rural para a cidade. Isso se reflete diretamente na diminuição de alunos nas escolas do campo. Desde o ano passado, a escola Elma Garcia Lata Batista, localizada no Distrito de Garcias, a cerca de 70 km de Três Lagoas, já perdeu aproximadamente 30 alunos.
Segundo o secretário de Educação e Cultura, Mário Grespan, foi necessário fechar as salas de aula do 6º ao 9º ano devido ao baixo número de alunos. Os estudantes tiveram que ser transferidos para uma escola em Arapuá.
A redução do número de alunos no Distrito de Garcias foi um dos motivos pelo qual a escola passou a funcionar em período integral neste ano. As crianças do pré ao 5° ano entram às 7h30 e saem às 16 h. Durante esse período, elas recebem café da manhã, almoço, lanche e têm diversas atividades no período em que não estão dentro das salas de aula.
Com o novo sistema de funcionamento, Grespan disse que a escola passa a receber 25% a mais de recursos do governo federal, por aluno. O valor exato não foi revelado, mas ele adiantou que é uma quantia insignificante em relação aos gastos que têm. O secretário adiantou que a ideia é tentar repor essas vagas que ficaram em aberto até o final deste ano. A escola Elma Garcia Lata Batista foi inaugurada em setembro de 2006 e recebeu um investimento de R$ 350 mil.
Quanto à escola Antônio Camargo, na região de Vera Cruz, Grespan informou que ainda não houve redução no número de alunos, pois o plantio de eucalipto naquela região começou agora. O secretário salientou que o ensino oferecido na zona rural é de qualidade, assim como nos colégios dos centros urbanos. “A nota do IDB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] tem aumentado nas escolas do campo. Isso é motivo de orgulho e satisfação”, frisou.