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Três Lagoas

Falta de professores gera protesto

Acadêmicos de Pedagogia da UFMS foram para a avenida em manifestação contra déficit

Com apitos, nariz de palhaço e faixas nas mãos, estudantes do curso de Pedagogia percorreram salas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em protesto pela a falta de professores. A manifestação aconteceu na noite de segunda-feira, no campus I e alcançou as duas vias da avenida Capitão Olinto Mancini por alguns minutos (a chuva acabou recolhendo os alunos para dentro do campus novamente)
De acordo com Amanda Aparecida Costa Figueiredo, do 4º ano e coordenadora do Centro Acadêmico, nada menos que seis disciplinas, previstas na grade curricular deste ano, não estão sendo ministradas por conta da falta de professores. Entre elas, psicologia organizacional, estágio, alfabetização e letramento, matérias essenciais para a formação profissional dos alunos, como reforçou Amanda.
A estudante explicou que a situação chegou a tal ponto que os estudantes correm o risco de não concluirem o curso este ano, caso as aulas não comecem a ser ministradas o mais rápido possível. “Em 2007, também tivemos de manifestar contra a falta de professores. Naquela época, conseguimos seis docentes. Mas agora estamos sem novamente. Uma professora foi transferida para Paranaíba e o quadro não foi prenchido”, explicou.
O déficit no corpo docente do curso de Pedagogia atinge em torno de 100 acadêmicos, entre estudantes do 3º e do 4° ano, sendo no último, duas turmas. “São duas turmas, 40 alunos, que podem não concluir o curso neste ano”.
A decisão pelo protesto foi tomada em assembleia geral realizada na quinta-feira (25).Conforme Amanda, cerca de 100 universitários participaram do encontro. “Além disto, também um abaixo assinado contra a falta de estrutura física da Universidade. Falta muita coisa. Pelo lado de fora já é possível notar o estado da nossa universidade”, disparou.
Entre os manifestantes, estava a estudante Thais Cristina Correa da Silva, 18 anos ex-aluna da escola João Ponce, a estudante está no primeiro ano de faculdade, e não chega a ser afetada diretamente pela defasagem no quadro de professores, mas aderiu ao movimento por entender a luta dos “mais antigos”. “O primeiro ano está com o quadro de professores completo. Mas, ao ver a situação dos dois últimos anos, fica a preocupação. A gente estuda muito para conseguir entrar numa universidade pública e sem ter a certeza de que irá conseguir se formar”, destacou.
No entanto, o protesto não ficou apenas no campus e redondezas. Ainda na segunda-feira, os estudantes procuraram o Ministério Público Federal (MPF) para oficializar a denúncia. “O MPF informou que irá acompanhar o caso e pedir um parecer da universidade”, completou.

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