Trinta famílias que tiveram suas casas destruídas pelo vendaval de 27 de setembro de 2010 ainda aguardam a reconstrução dos imóveis. De acordo o Plano de Trabalho realizado pela Prefeitura e entregue ao Ministério da Integração Nacional, solicitando recurso para a reconstrução das casas, 32 famílias foram selecionadas. Dessas, conforme o último levantamento feito em outubro do ano passado pela Defesa Civil, duas haviam vendido os terrenos, outras fizeram um paliativo no que sobrou do imóvel e a grande maioria aguarda a reconstrução das casas.
O vigia da Prefeitura, Dorival Sabino, 58 anos, é um deles. Afastado do trabalho por problemas de saúde, ele mora de favor com a filha em uma pequena casa, com dois quartos, sala, cozinha e uma área de serviço. Até setembro de 2010, ele morava em uma residência localizada na rua Protázio Garcia Leal, no Santa Terezinha. Conforme o levantamento encaminhado ao Ministério da Integração Nacional, a reconstrução da casa, embora não tenha sobrado nada do imóvel (constatação feita pelo Jornal do Povo) foi estimada em R$ 16.363,56. “O que a gente ganha é pouco, não dá para levantar uma casa”, disse Dorival. No dia do vendaval, ele estava com a mulher e o filho na casa. O vigia ainda tem esperança de que esse recurso seja liberado pelo Governo Federal para ter seu “cantinho” de volta. “Moro com a minha filha, mas não é a mesma coisa”, declarou.
Cansado de esperar, o pedreiro José Aparecido Bernardes, 61 anos, morador do Jardim Maristela, fez um paliativo na casa, a qual foi descoberta com o vendaval. Bernardes contou que os amigos doaram algumas telhas e ele mesmo cobriu a casa. O banheiro até hoje está destelhado. “Já passou mais de um ano. Não dá para esperar, né? Acho que faltou boa vontade por parte da Prefeitura, já que ela elencou como prioridade a reconstrução de quadras poliesportivas. Em minha opinião, a prioridade seria a reconstrução das casas”, comentou. A edificação do imóvel dele foi orçada em R$ 14.926,97.
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De acordo com o Plano de Trabalho da Prefeitura, a reconstrução das 32 casas foi orçada em aproximadamente R$ 400 mil. Dos R$ 1,6 milhão, destinados ao município, apenas R$ 666.639,4 foram liberados pelo Governo Federal. O dinheiro liberado está sendo utilizado na reconstrução da quadra poliesportiva do Ginásio Municipal de Esportes e na da Escola Municipal General Nelson Custódio.
Segundo o secretário municipal de Obras, a Prefeitura aguarda ainda a liberação do restante do recurso para reconstruir as casas. “Tínhamos que reconstruir a quadra da escola para atender aos alunos. A reconstrução das casas vai ficar para essa segunda fase”, disse.
Assim que o recurso for liberado, o secretário explicou que será necessário abrir uma licitação para contratar uma empresa, a qual executará as obras de reconstrução das casas.
