Empresários e parentes de militares três-lagoenses que participaram da Missão de Paz, da Organizações das Nações Unidas (ONU) no Haiti estão procurando a 2ª Companhia de Infantaria do Exército para fazer doações aos sobreviventes do terremoto de 13 de janeiro.
De acordo com o major Sérgio Alexandre de Oliveira, que assumiu o comando da 2ª Cia no começo deste ano, a procura para doações tem sido grande. Seja pessoalmente ou por telefone, pessoas comuns, familiares de militares e empresários estão entrando em contato com o quartel para obter informações de como doar. No entanto, até o momento, o Exército não está enviando donativos para o país.
“O recolhimento de doações em Três Lagoas está sendo adiado, pois não temos garantias de que estes alimentos cheguem ao destino sem que haja perdas. Até temos como enviar, a dificuldade maior está em organizar meios para receber os donativos lá”, explicou.
Oliveira explicou que, no momento, a prioridade da tropa da Missão de Paz naquele país, principalmente na capital Porto Príncipe, é organizar os campos de desabrigados. O básico (cobertores, alimentos e água) também começa a ser distribuído na medida do possível. No entanto, o projeto de realização de uma campanha em Três Lagoas ainda não foi descartado. “Assim que ocorreu a tragédia, entramos em contato com o Comando Militar do Oeste e Comando Geral do Exército para saber de que forma poderíamos ajudar e fomos informados sobre estas dificuldades”.
Oliveira completa: “Isto não quer dizer que uma campanha não poderá ser feita em breve. Assim que recebermos um ok do Comando Militar do Oeste, começaremos uma campanha em Três Lagoas para a arrecadação de alimentos e medicamentos”.
Pensando nesta possibilidade, o Exército de Três Lagoas criou um cadastro para as pessoas interessadas em ajudar as vítimas do terremoto. Desde então, todos os que procuraram a corporação militar – uma média de duas pessoas ao dia – estão sendo cadastradas. Os militares registram nome, telefone e endereço para, caso a campanha seja lançada, possa ser feito o contato.
Entre os interessados, duas empresas – cujos nomes não foram divulgados pelo Exército – se mostraram interessadas em doar água mineral (em falta na capital do Haiti) e medicamentos em geral. Até o começo desta semana, a 2ª Cia não havia registrado a manifestação de instituições filantrópicas.
CAMINHO
Oliveira também explica o caminho que seria tomado para a ajuda três-lagoense chegar ao Haiti. Se a campanha estivesse acontecendo, para os alimentos arrecadados por Três Lagoas chegar ao destino seria preciso levá-los para Campo Grande e da Capital seguir para um dos dois grandes centros militares: Rio de Janeiro e Brasília. De lá, seguiram para Porto Príncipe. “Boa parte dos aviões está pousando na capital, por ser o maior aeroporto e também a área mais devastada”.
Nesta semana, o Esquadrão Onça, da Base Aérea de Campo Grande encaminhou um avião modelo Amazonas C-102 ao Rio de Janeiro, onde aguarda autorização do Ministério da Defesa para auxiliar no socorro ao Haiti. O avião saiu de Mato Grosso do Sul com oito tripulantes, sendo quatro pilotos, dois mecânicos e dois mestres de carga, todos de Campo Grande.
Desde o dia 13 de janeiro, a Força Aérea Brasileira realizou 14 missões para o Haiti. Neste período, já foram transportados cerca de 150 pessoas (entre militares e voluntários), 100 toneladas de carga, incluindo equipamentos de saúde, alimentos, medicamentos, água e material de infraestrutura para os militares brasileiros que estão no País devastado.
Nesta semana, o Grupo RCN de Comunicação lançou uma campanha em prol dos sobreviventes da tragédia. A ação visa divulgar meios de ajuda ao país devastado.