O mês de agosto é marcado nacionalmente pela campanha Agosto Dourado, que simboliza a luta pelo incentivo à amamentação e a importância do leite materno para o desenvolvimento dos recém-nascidos. Em Três Lagoas, o Hospital Auxiliadora — referência em maternidade na região Leste de Mato Grosso do Sul — está à frente das ações de conscientização e apoio às mães. Segundo a gerente do setor Materno Infantil da instituição, Thieise Machado, o leite materno é um alimento insubstituível. “O leite é o mais completo para o bebê. É importante desde os primeiros 30 minutos de vida e, por isso, é preciso estimular esse aleitamento. Não quer dizer que o bebê vai sugar já na primeira hora, mas ele começa a receber o colostro, que é rico em vitaminas, sais minerais, gordura e carboidratos”, explica.
Entre janeiro e julho deste ano, o Hospital Auxiliadora já registrou mais de 600 partos, entre naturais, cirúrgicos e de alto risco. Diante dessa demanda, a equipe multiprofissional tem papel fundamental para garantir não apenas a saúde da mãe e do bebê, mas também a orientação sobre os primeiros cuidados, com destaque para a amamentação.
Thieise Machado reforça que o ideal é amamentar, no mínimo, por seis meses. “De seis meses até dois anos, o leite materno é um alimento completo. Mas a mãe pode continuar amamentando até quando quiser”, diz.
Porém, a especialista ressalta que o aleitamento não começa apenas após o nascimento. “Amamentar começa no pré-natal. Muitas mulheres romantizam esse processo, mas ele não é fácil. Dar à luz não é simples, e amamentar também não. O primeiro passo é querer amamentar. Não se trata apenas de alimentar, é uma forma de passar proteção e amor para o bebê”, afirma.
Nem todas as mães, no entanto, podem amamentar. Casos de saúde mais graves, como infecções transmissíveis — a exemplo do HIV — ou a ausência de produção de leite, exigem um protocolo específico. “Nestes casos, adotamos uma fórmula láctea apropriada já nos primeiros momentos de vida da criança, sempre com acompanhamento médico”, explica a gerente.
MITOS
Durante o Agosto Dourado, além das ações educativas, o hospital também combate os mitos que ainda cercam o tema. Entre os mais comuns está o receio de que o peito “caia” após a amamentação, o que não é comprovado cientificamente. Outros relatos incluem a cólica da mãe ou do bebê após o aleitamento — situações que, segundo a especilista, exigem avaliação profissional, mas não representam regra.
Outro ponto sensível é quando a mãe, mesmo com condições de saúde, opta por não amamentar. “A gente precisa entender que muitas mães não querem ou não conseguem. O nosso papel é acolher, orientar e garantir que o bebê receba o melhor cuidado possível. Amamentar é uma escolha pessoal, mas deve ser incentivada e apoiada sempre que possível”, reforça.
O Hospital Auxiliadora segue promovendo rodas de conversa, capacitações internas e atendimentos humanizados durante todo o mês, buscando fortalecer o vínculo entre mãe e bebê e reafirmar o compromisso com a saúde materno-infantil.