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Orgulho

Apoio familiar faz falta para a comunidade LGBTQIAPN+

A data é celebrada em 28 de junho

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, celebrado em 28 de junho, é um marco para a conscientização e a busca por direitos. Foto: Reprodução/Agência Brasil.
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, celebrado em 28 de junho, é um marco para a conscientização e a busca por direitos. Foto: Reprodução/Agência Brasil.

Junho é o mês do Orgulho LGBTQIAPN+, um período de reflexão sobre as lutas, superações e preconceitos enfrentados pela comunidade de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, queer, intersexo, assexuais, pansexuais, não-binários e outros. O Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, celebrado em 28 de junho, é um marco para a conscientização e a busca por direitos.

A chefe de cozinha, Eloá Freitas, uma mulher trans de 38 anos, exemplifica a jornada de muitos. Ela relata que sua transição foi tardia devido ao medo do preconceito, o que a privou de muitas coisas. No entanto, hoje, Eloá afirma ser mais feliz. Para ela, o dia do orgulho marca a trajetória de lutas e desafios da comunidade.

Apesar das conquistas em direitos, Freitas aponta a persistente falta de políticas públicas efetivas em áreas como segurança e saúde, uma realidade preocupante em um país onde o Brasil ainda lidera o ranking de assassinatos de transexuais no mundo.

O cozinheiro, Hewerton Albres, homem trans e pai, compartilha a dor da falta de apoio familiar, um dos maiores desafios para a comunidade LGBTQIAPN+. Ele enfatiza que, muitas vezes, o preconceito mais doloroso não vem da sociedade, mas da própria família.

“Não é fácil. Então, quem é pai, mãe, que tem um filho LGBT, apoie seu filho, ame, que é o que a gente mais quer, ser amado e respeitado. Não é impor que as pessoas nos aceitem do jeito que a gente somos, mas respeitar. O respeito cabe em qualquer lugar”, declara Everton, cujo apelo ecoa a necessidade fundamental de aceitação dentro do próprio lar.

Além do preconceito familiar, Albres enfrenta outras barreiras, como a longa espera no Sistema Único de Saúde (SUS) para a cirurgia de retirada das mamas, processo que aguarda há mais de 10 anos. A lentidão na troca do nome social também é uma realidade enfrentada por grande parte dessa comunidade, que busca o reconhecimento de sua identidade.

O mês do orgulho é, portanto, um momento crucial para a comunidade LGBTQIAPN+ expor suas vivências, lutar por seus direitos – incluindo o direito de ir e vir com segurança – e resistir à violência física e psicológica. É uma afirmação de existência e um chamado à ação para que a sociedade e as famílias ofereçam o apoio e o respeito que são essenciais para uma vida digna.