Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) voltaram a crescer em Três Lagoas, acendendo o alerta da Secretaria Municipal de Saúde. Apesar de o vírus ter perdido força em Mato Grosso do Sul nas últimas semanas, o mais recente boletim epidemiológico divulgado esta semana revela que o município registrou mais de 40 casos em apenas sete dias, a maioria em crianças com idades entre 5 e 9 anos.
Desde o início de 2024 até o final de julho, 305 pessoas foram internadas por SRAG em Três Lagoas e 14 evoluíram para óbito. Em todo o estado, os números são ainda mais expressivos: mais de 500 mortes já foram registradas por complicações respiratórias neste ano.
O pico da transmissão da síndrome em Mato Grosso do Sul foi entre abril e maio, quando 58 mortes ocorreram em apenas duas semanas. Em junho e julho, houve uma queda nas notificações e internações, mas agora, com a chegada de novas frentes frias e o aumento da circulação de vírus respiratórios, o cenário voltou a se tornar preocupante.
A secretária de Saúde do município reforça que as doenças respiratórias tendem a se intensificar em períodos de baixas temperaturas. “A população precisa manter os cuidados, especialmente com as crianças, idosos e pessoas com comorbidades. São grupos mais vulneráveis, que podem evoluir rapidamente para quadros graves”, alerta.
Além da baixa temperatura, outro fator que preocupa as autoridades é a baixa cobertura vacinal contra a gripe. Segundo a Prefeitura de Três Lagoas, 60,8% das pessoas atualmente internadas por doenças respiratórias não se vacinaram contra a influenza. A cidade atingiu apenas 46,27% de cobertura entre o público-alvo, número bem abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é de 90%.
A vacina contra a gripe está disponível gratuitamente nos postos de saúde e é fundamental para reduzir o risco de agravamento das síndromes respiratórias. O imunizante protege contra os principais vírus circulantes do período, como Influenza A (H1N1 e H3N2) e Influenza B.
As autoridades sanitárias reforçam que, além da vacinação, a população deve seguir cuidados preventivos como higienização frequente das mãos, evitar aglomerações em locais fechados, manter ambientes arejados e utilizar máscara em caso de sintomas gripais. “É importante lembrar que a SRAG não é causada apenas pela gripe. Outros vírus, como o sincicial respiratório (VSR) e até o coronavírus, ainda circulam e podem levar a complicações graves. Por isso, cada medida de prevenção conta”, reforça a equipe técnica da saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde segue monitorando os dados semanais e alerta que, com a previsão de novas quedas de temperatura, os cuidados precisam ser redobrados. A campanha de vacinação segue ativa, e a orientação é que toda a população elegível procure uma unidade de saúde para se imunizar.