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Preço do café passa por reajuste e aumento chega a 80% em relação a 2024

Essa escalada de preços tem levado consumidores a buscar alternativas para economizar

O aroma do café fresco, tão comum nas manhãs brasileiras, tem se tornado um luxo para muitos. Foto: Reprodução/TVC HD
O aroma do café fresco, tão comum nas manhãs brasileiras, tem se tornado um luxo para muitos. Foto: Reprodução/TVC HD

O aroma do café fresco, tão comum nas manhãs brasileiras, tem se tornado um luxo para muitos. Em Três Lagoas, assim como em todo o país, o preço do café tem passado por reajustes constantes, chegando a um aumento de até 80% em comparação com o mesmo período do ano passado. Essa escalada de preços tem levado consumidores a buscar alternativas para economizar.

O impacto no dia a dia dos três-lagoenses

O aposentado Aparecido Nascimento de Matos, por exemplo, tem buscado outras opções para substituir a tradicional xícara de café.

“O café, daqui um dia não vai poder tomar café mais, né? Porque essa que é a verdade, essa que é a realidade. Mas tudo aumentou. Carne, café, arroz, feijão, a verdura. A gente vai no mercado, mas não tá conseguindo comprar. A gente tem que tomar chá, né? Lá em casa tem já favaca, favacão, limão. A gente vai improvisando as coisas pra economizar o café, né? porque senão a gente não dá conta”, afirma.

Para a diarista Marinalva Gonçalves, o café é indispensável, mesmo com o preço elevado. Ela precisou reduzir o consumo em casa.

“Está bem caro, né? Aumentou praticamente o dobro, né? Então eu tive que diminuir. Eu comprava três, agora estou comprando só um. É, dois. Só dois por mês. E aí como eu não tomo muito, tá dando só pro meu marido o café. Agora como esfriou, todo dia à noite quando ele chega do serviço ele quer café com leite. Apesar de eu usar só duas colheres na medida, mesmo assim acaba tendo que comprar mais”, conta.

O que explica o aumento do preço do café?

O economista Aldo Barrigosse explica que o aumento no preço do café é um fenômeno em escala internacional e está associado a diversos fatores. Ele destaca a concentração da produção mundial.

“O preço do café vem subindo porque nós temos uma concentração de cinco países representando 75% da produção de café mundial. Entre eles, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo”, afirma.

Segundo Barrigosse, problemas climáticos em países produtores, como o Brasil em 2024, afetam diretamente a oferta do produto.

“Quando nós temos problemas climáticos indo a esses países, como por exemplo em 2024 tivemos problemas climáticos no Brasil, você tem uma redução da oferta desse café, fazendo com que o preço do café, que é uma commodity, ela suba no mundo inteiro”, detalha.

O Brasil produz cerca de 70 milhões de sacas de 60 quilos de café. No entanto, a demanda global tem crescido exponencialmente, o que agrava a situação.

“Estima-se que em 2024, ou nos últimos cinco anos, o consumo de café, por exemplo, na China, ele subiu cerca de 60% o consumo disso. Imagina isso num efeito, numa escala global. Você não consegue aumentar a oferta de um ano pro outro de 60%. Então a gente deve levar aí alguns anos pra gente normalizar essa oferta de café no mundo, ou seja, a gente consome mais café no mundo do que produz. Nós não temos uma oferta de café pra atender toda a produção mundial do jeito que ela vem pedindo hoje”, alerta o economista.

Com a chegada do inverno e a tendência de aumento no consumo de café, os consumidores de Três Lagoas terão que continuar sendo criativos para driblar os altos preços e encontrar alternativas para se aquecerem.