
O Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Tia Nega, em Três Lagoas, tem se consolidado como um importante espaço de acolhimento, socialização e valorização da pessoa idosa. A unidade atende atualmente cerca de 240 idosos, oferecendo atividades que contribuem para o bem-estar físico, emocional e social, fortalecendo vínculos comunitários e devolvendo o sentimento de pertencimento a quem já viveu tantas histórias.
Fundado em 15 de junho de 1991, o centro leva o nome de Verônica da Mota, carinhosamente conhecida como Tia Nega, que antes mesmo da criação do espaço já realizava um trabalho assistencial voltado aos idosos da cidade. Hoje, o local oferece oficinas de artesanato, crochê, bordado, música, aulas de violão, jogos de mesa, esportes e momentos de confraternização, promovendo uma rotina ativa para pessoas acima dos 60 anos.
De acordo com o coordenador do Centro de Convivência Tia Nega, Andre Luis Dourado, o principal objetivo do projeto é mostrar aos idosos que eles continuam sendo úteis e ativos na sociedade.
“As pessoas acima de 60 anos precisam ser ouvidas. Elas são ativas e não querem parar. Aqui eles fazem crochê, jogam dominó, aprendem música, tocam violão, cantam. O Tia Negra existe para que eles tenham, durante a semana, um propósito, para que se mantenham com a mente ativa e sintam que ainda são úteis”, destacou.
O crescimento da população idosa no Brasil reforça a importância de espaços como esse. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o país já soma mais de 33 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando cerca de 15% da população. Em Três Lagoas, o número de moradores com mais de 70 anos também aumentou significativamente, o que amplia a demanda por políticas públicas e projetos de convivência.
O centro atende idosos independentes que conseguem se locomover e participar das atividades oferecidas.
“Aqui fazemos o acolhimento social e o convívio. Não atendemos idosos dependentes, mas todos que conseguem vir participam das oficinas, aprendem artesanato, jogos e música. É um espaço de alegria, diversão e troca de experiências”, explicou André Luiz.
Entre os frequentadores está Vera Lúcia Pimentel Alpires, que se prepara para completar 70 anos. Ela conta que encontrou no Centro Tia Nega um apoio fundamental para superar momentos difíceis da vida, especialmente após a perda de um filho durante a pandemia da Covid-19.
“Aqui eu aprendi a querer viver. A gente não pode desanimar. Se baixar a cabeça, a depressão vem. Mas aqui eu encontrei forças, amizades e motivos para continuar”, relatou.
O marido de Vera, Angelo Alpires Silva, aposentado após décadas de trabalho como eletricista, também destaca a importância do convívio no centro.
“A vida não é fácil. A gente trabalhou desde cedo e enfrentou muita coisa. Aqui é um lugar que dá ânimo, que mostra que ainda podemos produzir, aprender e conviver. É uma terapia pra gente”, afirmou.
As atividades de 2025 já foram encerradas com confraternização e muita música, e a equipe já se prepara para o próximo ano. Mais de 200 idosos já estão inscritos para 2026. Para participar, os interessados devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) para realizar a matrícula.
O Centro de Convivência Tia Nega segue como um espaço de cuidado, acolhimento e valorização da pessoa idosa, promovendo dignidade, alegria e qualidade de vida para quem ajudou a construir a história de Três Lagoas.