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Sinalização

Mais de 58 mil infrações de trânsito são registradas por radares em Três Lagoas

Diretor do Departamento de Trânsito defende funcionamento dos equipamentos e diz que objetivo é educar motoristas, não multar

Radares já registram 3.069 motoristas acima de 50% da velocidade permitida. Foto: Arquivo.
Radares já registram 3.069 motoristas acima de 50% da velocidade permitida. Foto: Arquivo.

De 1º de janeiro a 31 de outubro deste ano, Três Lagoas contabilizou 58.010 infrações de trânsito registradas por radares eletrônicos instalados na cidade, conforme dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MS).

Do total de autuações, 40.233 correspondem a condutores flagrados transitando em velocidade superior à máxima permitida em até 20%. Outras 14.708 foram registradas por excesso de velocidade acima de 20% e até 50% do limite, enquanto 3.069 motoristas foram autuados por ultrapassar em mais de 50% a velocidade máxima permitida.

O limite máximo permitido nas vias em que os radares estão instalados é 40 km/h. O condutor que excede a velocidade máxima permitida na via em mais de 50% tem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa.

Para o diretor do Departamento de Trânsito, José Aparecido de Moraes, o número de infrações é expressivo, mas reflete o comportamento diário de muitos condutores que desrespeitam as leis de trânsito. “Ao observarmos o dia a dia, percebemos muitos motoristas conduzindo de forma totalmente irresponsável. É um número que, no meu entender, está até abaixo do que esperávamos. Lógico que não queremos que aumente, mas que diminua e, se possível, zere”, afirmou.

Segundo Moraes, a solução para reduzir as infrações é simples: cumprir as normas de trânsito. “Basta o condutor cumprir com suas obrigações, preservar a própria vida e a de terceiros”, reforçou.

Sobre as críticas de que os radares seriam uma “fábrica de multas”, o diretor rebateu. “Isso é desculpa. Se o motorista nunca passou acima do limite, nunca recebeu, não irá receber nenhuma notificação. Agora, se não obedece à legislação e quer viver à margem da lei, tem que arcar com as consequências. Toda ação tem uma reação”, declarou.

Moraes disse ainda que se surpreende com autoridades que se declaram contrárias aos radares, mas ao mesmo tempo pedem a instalação de novos equipamentos. “O Código de Trânsito Brasileiro prevê que lombadas físicas são temporárias e não devem permanecer mais de 365 dias no mesmo local. Já os radares são instrumentos permanentes de controle e educação”, explicou.

Questionado sobre as justificativas apresentadas por motoristas ao recorrer das multas, o diretor afirmou que a maioria alega não ter visto a sinalização. “Esse tipo de desculpa é muito comum, mas é impossível aqui em Três Lagoas. Quando os radares foram instalados, era novidade. Hoje, todos sabem onde estão”, ressaltou.

Para ele, os equipamentos contribuem significativamente para a redução de acidentes.
“Sou totalmente favorável aos radares. Muitas pessoas solicitam diariamente novas instalações. Quando a simples campanha educativa não surte o efeito esperado, é preciso utilizar os meios que a legislação permite”, completou.