O setor florestal de Mato Grosso do Sul atravessa a melhor fase de sua história, com expansão de áreas plantadas, recordes de produção e instalação de novas indústrias. Hoje, o Estado já ocupa a segunda posição nacional em área de eucalipto e concentra o maior polo de celulose do mundo.
De acordo com o diretor-executivo da Reflore/MS, Dito Mário, a produção sul-mato-grossense deve ultrapassar 7,5 milhões de toneladas de celulose em 2025, podendo chegar a 18 ou 19 milhões nos próximos anos. “Temos hoje um horizonte de 13,5 milhões de hectares que podem absorver as grandes fábricas. Estamos recuperando áreas degradadas, sequestrando carbono, gerando emprego e qualidade de vida para quem trabalha na cadeia produtiva”, destacou.
O avanço é impulsionado por novos investimentos. A Bracell anunciou a instalação de uma unidade em Bataguassu e há tratativas para mais uma fábrica em Água Clara. Já em Inocência, a Arauco está com as obras do Projeto Sucuriú em ritmo acelerado. Com investimento de 4,6 bilhões de dólares, o empreendimento prevê uma planta com capacidade de 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano.
Segundo o diretor da Arauco, Theófilo Militão, o cronograma segue dentro do planejado. “A planta já está em construção desde abril, com a obra civil bastante avançada. Hoje temos próximos de seis mil pessoas no canteiro e mantemos a expectativa de entrar em operação no segundo semestre de 2027”, disse.
Durante a fase de implantação, o projeto deve gerar mais de 14 mil oportunidades de trabalho. Após a inauguração, a estimativa é de seis mil empregos permanentes nas áreas industrial, florestal e de logística, transformando a economia da região da Costa Leste.
Apesar do cenário positivo, desafios permanecem, como a necessidade de investimentos em infraestrutura logística — rodovias, ferrovias e portos — para dar suporte à expansão. Ainda assim, com novos empreendimentos e produção crescente, Mato Grosso do Sul se consolida como referência mundial em celulose, fortalecendo o título de “vale da celulose.