
Três Lagoas foi palco da 1ª Conferência Regional de Políticas para Mulheres, reunindo representantes da sociedade civil, movimentos sociais e lideranças da Costa Leste de Mato Grosso do Sul. O evento aconteceu no auditório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), na última sexta-feira (25), e teve como tema: “Mais democracia, mais igualdade, mais conquistas para todas”.
Durante a conferência, as participantes discutiram propostas para fortalecer políticas públicas, combater a violência de gênero e promover a inclusão da mulher em espaços de decisão. A presidente do Conselho da Mulher, Maria Bárbara Araújo do Nascimento, explicou que o novo formato regional busca integrar outros municípios do Bolsão nas ações.
“Estamos numa região em crescimento econômico e as mulheres precisam ser ouvidas para evoluírem junto com esse desenvolvimento”, afirmou.
A realidade, no entanto, ainda é marcada por estatísticas preocupantes. De acordo com a Sejusp, já foram registrados 18 feminicídios em MS até julho, sendo 547 casos de violência doméstica apenas em Três Lagoas. A conferência também deu voz às mulheres negras, grupo mais vulnerável à violência doméstica, sexual e psicológica.
“Ainda somos invisibilizadas, e ocupar esses espaços é essencial para virar esse cenário”, destacou a professor Luciana Cardoso do Nascimento Silva.
A vereadora Evalda Reis lembrou que Três Lagoas possui apenas três mulheres na Câmara Municipal e ressaltou a atuação da Procuradoria da Mulher, com projetos voltados à base, como ações nas escolas para prevenção da violência. A vice-prefeita Vera Helena, que também é secretária de Assistência Social, defendeu políticas que considerem a mulher de forma integral.
“É preciso olhar para o bem-estar físico, psicológico, social e econômico. Estamos em fase de planejamento e precisamos de recursos para executar melhorias de verdade”.