O município de Três Lagoas segue consolidando o protagonismo econômico, em Mato Grosso do Sul. A cidade, que já figura entre as que mais crescem no Centro-Oeste, ultrapassou R$ 9 bilhões de PIB (Produto Interno Bruto), aprovou recentemente a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 e tem previsão de investimento de R$ 1,5 bilhão no próximo ano. Em entrevista ao programa Microfone Aberto, da rádio Massa FM, o prefeito de Três Lagoas, Cassiano Maia (PSDB), fez um balanço dos primeiros seis meses de gestão e detalhou os planos para transformar a cidade em referência nacional.
Entre os principais pontos abordados investimentos em infraestrutura, educação em tempo recorde, enxugamento da folha salarial, ações de enfrentamento à violência institucional e a busca por eficiência na saúde pública. Segundo Maia, o foco está na “receita de casa”: equilíbrio fiscal, atração de indústrias e reinvestimento direto na população. Ele participou de um bate-bola e definiu os primeiros seis meses de governo como “satisfação”, e sua atuação como prefeito com a palavra “dedicação”. Quando questionado sobre o que não pode faltar na cidade, respondeu: “amor”.
Qual o balanço que o senhor faz e como avalia os primeiros seis meses de gestão de Três Lagoas?
Cassiano Maia – Acabamos de aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, dando as diretrizes básicas de um planejamento de gestão muito importante para o município para o próximo ano. Estou tendo a oportunidade de estar sendo gestor, prefeito de Três Lagoas, pela primeira vez, findando agora o primeiro semestre, Venho com muita humildade fazendo aquela ‘receita de casa’ que nós todos temos: cuidar da nossa receita, darmos importância, buscarmos mais receitas. Sempre termos a preocupação de estar em busca de novas indústrias, novos investimentos para o município, para que possamos ter cada vez mais condições de reverter isso para toda a população. Então eu venho seguindo essa receita tradicional, mas que sempre deu certo.
As obras de infraestrutura também estão ganhando destaque. Há o anúncio de que em dois anos, Três Lagoas deve atingir 100% de pavimentação. De que forma será possível?
Cassiano Maia – Por meio de um planejamento grandioso de macrodrenagem, microdrenagem e de pavimentação asfáltica. Fizemos um reconhecimento de toda a extensão do território do município. Temos uma demanda de aproximadamente 20% do município para ser asfaltado e é nesse contexto que, sabendo o quilômetro do asfalto, das macrodrenagens, com o contexto de arrecadação, que planejamos para que ao final do mandato possamos entregar à população uma cidade 100% pavimentada. Isso reflete em vários setores, não só na qualidade de vida, na ambiência, mas também no investimento de cada morador em seu imóvel e também com certeza na saúde pública. Em parceria com a Sanesul iremos finalizar também 100% da rede de esgoto no nosso município.
Nós temos várias obras em andamento para o segundo semestre. Algum projeto em específico?
Cassiano Maia – Nós temos que ter. Quando você faz uma gestão de uma cidade de 147 mil habitantes como Três Lagoas, temos uma preocupação em todos os setores. Então, por exemplo, nas primeiras semanas de gestão, sabendo da importância da Educação, fizemos um investimento contínuo e pensando sempre a longo prazo. Iniciamos a obra do Centro de Educação Infantil Mais Parque, em tempo recorde, e tive a grata satisfação de inaugurá-lo nesta semana e já recebendo aproximadamente 200 crianças. Outros setores temos que estar sempre em alerta, principalmente na saúde que, além de um planejamento a longo prazo, estamos sempre ofertando medicamentos, diminuindo a situação de filas para exames e cirurgias eletivas, sem perder o foco no atendimento emergencial. Temos que ter uma rede de atendimento, que é o nosso Samu, e uma rede de pronto atendimento, que é a nossa UPA, sempre bem equipado, em alerta, com bons profissionais e infraestrutura para poder exercer o trabalho na saúde.
Ainda sobre saúde, de que forma a administração tem trabalhado para reduzir a problemática com as filas para cirurgias?
Cassiano Maia – Nós estamos na busca de várias ferramentas, nas maiores cidades do Brasil. Buscamos por credenciamento, telemedicina, para que tenhamos acesso às especialidades médicas mais procuradas e de difícil acesso, pois, Três Lagoas já é um polo regional de reconhecimento em saúde e precisamos ter toda essa extensão de atendimento. Então isso é muito importante que a gente consiga ter esses atendimentos. A prioridade é manter tanto o atendimento emergencial estruturado quanto reduzir filas de exames e cirurgias eletivas.
Houve atuação conjunta com o Ministério, Público que apurou um número elevado de atestados médicos apresentados por profissionais da saúde, inclusive, alguns casos chamaram atenção por imagens nas redes sociais de servidores que estariam, supostamente, afastados. Como está essa investigação, que serve até de exemplo para outros municípios?
Cassiano Maia – A primeira atitude da nossa gestão foi um corte de todos os nossos profissionais para que tivéssemos um entendimento da nossa folha de pagamento. Fizemos a exoneração de aproximadamente 1.881 colaboradores e um reconhecimento de todas essas pessoas. Fizemos um “limpa” e um entendimento completo das horas extras, de todas as ferramentas incluídas em folha de pagamento, dos atestados que eram aplicados, pois, não há dúvida que o maior contrato de uma gestão pública é a folha de pagamento. Essa foi a minha primeira abordagem no início da gestão e seguimos fazendo análises.
Tem possibilidade de mais enxugamento da máquina ainda em 2025?
Cassiano Maia – Não há dúvida. Isso é uma preocupação constante diária. Nós temos que ter esse entendimento sempre. Você não consegue fazer gestão se você não estiver 24 horas por dia pensando em como estar economizando, em como estar fechando a torneira. Sempre fiz isso na minha vida privada e sempre deu certo. Meu pai me dizia: ganhar mais e gastar menos.
O senhor havia anunciado também uma mudança na jornada de horário dos servidores público, no segundo semestre. Vai acontecer?
Cassiano Maia – Desde de janeiro, temos uma comissão formada de avaliação para que seja de 6h, com horário flexível. Será um servidor atendendo a partir de 6h, mas outro que passe pelo almoço e que vá até às 18h. Os horários são realmente necessários para a população, que o serviço público fique aberto na hora do almoço e depois das 17h. Temos esse entendimento. Então, estamos organizando o serviço público para ver quais os setores que são mais importantes para a mudança. Finalizando todo o processo dessa comissão, será apresentado um relatório para implantar no nosso município.
Três Lagoas completou 110 anos em 2025, com muitos motivos para comemorar e houve uma grande festa, com a Expotrês, quase 100 mil pessoas, entrada gratuita, sendo o maior evento do estado nesse porte. Como chegar a essa conquista?
Cassiano Maia – Tivemos o capricho de planejar desde janeiro e quis dar a melhor festa possível para o município. A cidade, que realmente está se destacando no cenário nacional, é a “Capital Nacional da celulose”. E a gente precisa ter essa força também de venda do município. Precisamos que outras cidades, um novo network consiga enxergar Três Lagoas. É muito importante também posicionar o município no cenário nacional, de eventos, para fortalecer o turismo, a economia, vendendo a imagem de uma cidade próxima, responsável com todos os recursos, tanto na arrecadação como nos investimentos pra população.