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Novo secretário de Assistência Social fala sobre pontos de melhoria em Três Lagoas

Fernando atuou por quase duas décadas em unidades de saúde de Três Lagoas, sempre com enfoque no atendimento humanizado

Nos primeiros dias no cargo, Fernando está focado em conhecer todos os serviços da secretaria e reforçar o acolhimento aos servidores. Foto: Antônio Luiz/RCN 67.
Nos primeiros dias no cargo, Fernando está focado em conhecer todos os serviços da secretaria e reforçar o acolhimento aos servidores. Foto: Antônio Luiz/RCN 67.

O novo secretário municipal de Assistência Social de Três Lagoas, Fernando Garcia, concedeu entrevista para falar sobre sua chegada à pasta, os principais desafios do setor e as ações previstas para os próximos meses. Com 17 anos de atuação na área da saúde e formação em Serviço Social, Fernando afirma que recebeu o convite do prefeito Cassiano Maia com surpresa, mas vê a nomeação como “um grande desafio e uma oportunidade de continuar trabalhando pelas pessoas”.

Fernando atuou por quase duas décadas em unidades de saúde de Três Lagoas, sempre com enfoque no atendimento humanizado. Segundo ele, a experiência acumulada facilita o diálogo com a nova equipe e a compreensão das vulnerabilidades enfrentadas pela população.

“Saúde, educação e assistência são áreas entrelaçadas. Muitas situações que eu via no posto vinham de problemas sociais, estruturais ou familiares. A experiência ajuda muito”, afirma.

Um dos principais objetivos do novo secretário é fortalecer políticas voltadas aos idosos, especialmente aqueles que vivem situações de abandono.

“Hoje temos muitos idosos órfãos de filhos vivos. Filhos que não querem assumir responsabilidades, que abandonam os pais. Isso me preocupava na saúde e continua me preocupando agora”, destacou.

Fernando pretende aprimorar ações de acompanhamento e suporte, tanto para garantir dignidade aos idosos quanto para trabalhar a responsabilização das famílias.

A secretaria acompanha cerca de 153 pessoas em situação de rua no município, número que inclui moradores locais e indivíduos que migraram para a cidade em busca de oportunidades.

Fernando explica que a assistência trabalha em conjunto com o Consultório na Rua e outros serviços, mas encontra resistência em parte desse público, principalmente em casos relacionados a dependência química.

Segundo ele, a prefeitura estuda, junto ao Ministério Público, a adoção de protocolos claros sobre até onde podem avançar na abordagem e, em casos extremos, a possibilidade de internação compulsória.

“Antes de julgar, precisamos perguntar: por que essa pessoa chegou nessa condição? Muitas situações têm raiz em traumas profundos, rupturas familiares ou problemas de saúde mental”, afirma.

Fernando reforça que dar esmolas, embora seja um gesto comum entre os moradores da cidade, pode perpetuar a condição de rua.

“O três-lagoense é muito bondoso. Mas, muitas vezes, ao dar dinheiro, a gente mantém a pessoa naquela vulnerabilidade. Nosso foco não é assistencialismo, é assistência. Queremos reinserir no mercado de trabalho, reinserir na família, recuperar a vida”, explicou.

O secretário destacou que retirar crianças do convívio familiar é sempre a última alternativa. O trabalho prioriza o fortalecimento de vínculos dentro da própria família.

Quando isso não é possível (como em casos de internação prolongada dos pais, violência ou risco), o município aciona unidades acolhedoras ou famílias acolhedoras, modelo que Fernando defende como mais humanizado.

“Na família acolhedora, a criança mantém uma rotina familiar. É acompanhada por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos. A intenção é sempre devolver essa criança para a família de origem quando possível”.

A Secretaria Municipal de Assistência Social inicia a entrega das cestas natalinas no dia 15 de dezembro, exclusivamente nos Cras.

Fernando reforçou que:

  • a seleção não é feita por escolha da secretaria,
  • o sistema do CadÚnico define automaticamente as famílias com menor renda per capita,
  • tudo é monitorado e acompanha critérios nacionais.

Ele também fez um alerta sobre casos de venda de cestas recebidas.

“Houve situações de pessoas trocando por droga ou vendendo na internet. Isso é muito triste, porque tira de quem realmente precisa”.

Nos primeiros dias no cargo, Fernando está focado em conhecer todos os serviços da secretaria e reforçar o acolhimento aos servidores.

“Se o servidor estiver satisfeito, ele atende melhor a população. A gente precisa cuidar de quem cuida”, afirma.

Fernando agradeceu o apoio recebido e destacou sua ligação com a população do Novo Oeste.

“Ali tem famílias excelentes. Não podemos generalizar nunca. Fui muito bem acolhido. Peço que orem por mim para que eu tenha discernimento para fazer um bom trabalho”, disse.