O município de Inocência, na região da Costa Leste, vive um momento histórico com o avanço das obras do Projeto Sucuriú, da empresa Arauco. O empreendimento reúne cerca de seis mil trabalhadores no canteiro de obras.
Com investimento de 4,6 bilhões de dólares, o projeto prevê a construção de uma planta com capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose de fibra curta por ano. A unidade está localizada em uma área de 3.500 hectares, às margens do rio Sucuriú e a cerca de 50 quilômetros do centro da cidade. A previsão é que a operação comece no fim de 2027.
Durante a fase de implantação, a empresa estima a criação de mais de 14 mil oportunidades de trabalho, além de programas de capacitação profissional. Depois da inauguração, o empreendimento deve manter seis mil empregos permanentes nas áreas industrial, florestal e de logística.
De acordo com o diretor da Arauco, Theófilo Militão, os trabalhos seguem dentro do cronograma. “O nosso projeto caminha dentro do planejado. A planta já está em construção desde abril, com a obra civil bastante avançada. Hoje nós temos próximos de seis mil pessoas no canteiro e mantemos a expectativa de entrar em operação no segundo semestre de 2027”, afirmou em entrevista ao Grupo RCN de Comunicação.
Um dos desafios apontados pela empresa é a escassez de mão de obra qualificada. “A falta de mão de obra talvez seja o principal desafio. Muitas pessoas não têm a qualificação necessária. Estamos buscando soluções, como a mecanização florestal e programas de capacitação”, destacou Militão.
Para atender à demanda, a companhia desenvolve o programa Abrace esse Projeto, em parceria com o Senai. Atualmente, cerca de 600 vagas estão abertas para jovens e adultos interessados em se preparar para o mercado de trabalho que será ampliado com a chegada da fábrica.
Outro ponto abordado pelo diretor é o cenário internacional. Ele comentou sobre a taxação anunciada recentemente pelos Estados Unidos. Segundo Militão, a celulose ficou de fora da medida, o que ajuda a manter o equilíbrio do mercado. “Embora a celulose não tenha sido atingida diretamente, qualquer desequilíbrio comercial afeta os setores de forma geral. No nosso caso, conseguimos mitigar os impactos porque temos produção em outros países e oito fábricas de painéis instaladas nos Estados Unidos”, explicou.
Com obras em ritmo acelerado, o Projeto Sucuriú não apenas fortalece a posição de Mato Grosso do Sul como polo global da celulose, mas também promete transformar a economia regional, ampliando a arrecadação e atraindo novos investimentos para a região da Costa Leste.