A Secretaria Municipal de Saúde tem adotado medidas para organizar o atendimento e dar mais eficiência ao sistema em Três Lagoas. Em entrevista ao RCN Notícias, a secretária da pasta, Juliana Salim destacou os avanços já alcançados e as ações em andamento para enfrentar os principais desafios da rede pública.
Medicamentos
Atualmente, oito dos 193 medicamentos pactuados ainda estão em falta nas unidades, como a Gliclazida, usada no tratamento da diabetes, e a Doxazosina, indicada para problemas de próstata. A secretária explicou que a demora se deve, em parte, a fornecedores que não cumpriram os prazos de entrega, mas garantiu que as medidas adotadas devem resolver a questão nos próximos meses.
Uma das novidades é a criação da Remume Municipal, lista oficial de medicamentos que padroniza a prescrição e facilita o planejamento. Só neste ano, a compra da rede municipal foi de cerca de R$ 6 milhões. “Estamos estruturando o setor para que a população não enfrente mais a insegurança de chegar à farmácia e não encontrar o medicamento prescrito”, afirmou Juliana.
Consultas especializadas
Na ortopedia, a fila de espera, que já chegou a 600 pacientes, caiu para cerca de 60 em apenas um mês após ajustes no fluxo de atendimento. O setor de neurologia também foi reforçado, com consultas presenciais e por telemedicina em parceria com o Hospital Regional, segundo informou a secretária.
Outro destaque é o uso da telemedicina em áreas de alta demanda, como endocrinologia, com apoio de instituições de referência, entre elas a Fiocruz e o Hospital Albert Einstein. A expectativa, segundo Juliana, é reduzir em até 50% o tempo de espera nessa especialidade. Psicologia e psiquiatria, no entanto, ainda exigem reforço na rede.
Exames e cirurgias
A secretária destacou que a Clínica da Mulher voltou a realizar exames de mamografia após reparo do equipamento, e deve ampliar a oferta com a aquisição de um mamógrafo digital, que permitirá triplicar o número de exames diários, passando de nove para aproximadamente 30.
Na área cirúrgica a secretaria ressalta que o saldo é positivo. Procedimentos gerais e ortopédicos vêm sendo realizados sem grandes filas, e parte das demandas reprimidas foi zerada. Já a fisioterapia ainda tem demanda elevada, mas pacientes em recuperação pós-cirúrgica passaram a ter prioridade, garantindo tratamento mais rápido.
Desafios
Segundo a secretária, mastologia segue como desafio devido à escassez de especialistas na região, mas parcerias estão sendo discutidas para suprir a necessidade. A aposta da gestão, reforça Juliana, é no planejamento e na organização. “Nosso objetivo é estruturar processos para que a população perceba melhorias contínuas e volte a confiar na saúde pública”, concluiu.