
A sessão extraordinária realizada na quarta-feira (19) na Câmara Municipal de Três Lagoas, a sexta do ano, foi marcada por debates intensos e troca de farpas entre os vereadores durante a análise e votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026. O clima esquentou após a discussão de uma emenda relacionada à habitação, apresentada pela vereadora Maria Diogo, que acabou sendo rejeitada.
Conforme o regimento interno, a LOA deve ser apreciada em sessão de pauta exclusiva. O Projeto de Lei Complementar nº 1.731/2025 chegou ao plenário com parecer favorável da Comissão de Finanças e Orçamento (CFO), que não apontou irregularidades nem impedimentos para sua aprovação. Seis emendas foram colocadas em debate e votação, duas foram aprovadas, uma modificativa e uma supressiva, ambas de autoria de todos os vereadores, e quatro foram rejeitadas, entre elas a que tratava da destinação de percentual fixo do orçamento para políticas habitacionais.
A rejeição dessa emenda foi o estopim para a polêmica. O líder do prefeito na Câmara, vereador Sargento Rodrigues, afirmou que o tema já está contemplado nas diretrizes do prefeito Cassiano Maia e destacou que a gestão anterior não teria priorizado investimentos na área. A declaração provocou reação imediata do vereador Silverado, que saiu em defesa do ex-prefeito Ângelo Guerreiro. A discussão evoluiu quando o vereador Davis Martinelli declarou que, na gestão passada, “só foram construídas casas de coruja”, ampliando ainda mais o embate entre os parlamentares.
Apesar do clima tenso, Sargento Rodrigues reforçou que a LOA prevê investimentos amplos em saúde, educação, assistência social e infraestrutura, com orçamento estimado em aproximadamente R$ 1,5 bilhão para 2026. Ele também afirmou que a atual gestão planeja construir 96 novas unidades habitacionais no bairro Vila Piloto.
O presidente da Câmara, Antônio Empeke Junior, o Tonhão, avaliou positivamente a aprovação da LOA em primeiro turno e destacou que as duas emendas aprovadas corrigem erros formais identificados pelo próprio Executivo. Sobre a polêmica envolvendo os investimentos habitacionais, Tonhão considerou o episódio “desnecessário”, reconhecendo o legado da gestão de Angelo Guerreiro, mas reiterando que a habitação realmente não foi tratada como prioridade nos últimos anos.