Veículos de Comunicação

Editorial

Trânsito com mais rigor e fiscalizado

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (11)

A instalação de radares e câmeras de monitoramento, certamente, contribuirá para se diminuir a incidência de colisões no perímetro urbano. - Foto: Arquivo/JPNews
A instalação de radares e câmeras de monitoramento, certamente, contribuirá para se diminuir a incidência de colisões no perímetro urbano. - Foto: Arquivo/JPNews

A anunciada instalação de equipamentos eletrônicos de fiscalização no trânsito de Três Lagoas é mais do que bem vinda. Embora vá doer no bolso de condutores de veículos motorizados com as multas que vão chegar, é certo que não havia outra solução educativa do que a punitiva diante de tantas ocorrências lamentáveis. Por esse mecanismo, o da multa, infelizmente, tentar-se-á conter as altas velocidades registradas no trânsito da cidade.

Veículos motorizados estão transitando em desabalada carreira pelas nossas ruas, seja na área central ou nos bairros. Além de carros e caminhões, as motocicletas na atualidade são as que mais trafegam em altas velocidades, notadamente, aquelas que prestam serviços de entrega. Estes condutores são os que mais se envolvem em acidentes no perímetro urbano da cidade. Vítimas de si próprios, sofrem lesões mais graves, infelizmente, porque nada têm a protegê-los.

Nesta semana em menos de cinco minutos num mesmo cruzamento registrou-se dois acidentes. A que ponto chegamos! Portanto, a instalação de nove radares e duzentas e dez câmeras de monitoramento, certamente, contribuirá em muito para se diminuir a incidência de colisões no perímetro urbano, tornando o trânsito da cidade mais civilizado. Entretanto, é preciso que o departamento responsável pelo trânsito na cidade veicule com intensidade uma campanha de educação nas ruas, destacando, inclusive, que a urbanidade também é um quesito importante nesse vai e vem motorizado, além de apelar para a paciência e boa educação de condutores de veículos motorizados, os quais devem sempre que possível, aguardar o deslocamento do veículo em marcha ré ao sair do estacionamento em 90º graus, que deveria ser abolido, apesar de acarretar a diminuição da área de estacionamento no perímetro central da cidade.

Mas, por outro lado, estimularia as pessoas a deixarem seus veículos em casa e virem a pé para os seus locais de trabalho na área central. Certamente, sobrariam centenas de vagas para aqueles que demandam momentaneamente ao comércio central. Chega informação de que as câmeras de vídeo monitoramento servirão apenas para identificar placas de veículos em altas velocidades e em situação documental irregular.

Mas, essas câmeras não estarão habilitadas para reconhecimento facial, fato que se lamenta diante de vultoso investimento de recursos financeiros do poder público. Bastaria compatibilizá-las com um software conectado com bancos de dados específicos do judiciário e de autoridades policiais em todos os níveis. A repressão seria intensificada contra marginais procurados pelo judiciário. Identificados por esse mecanismo, seria possível o cumprimento de mandatos judiciais de prisão expedidos por conta da prática de crimes de qualquer natureza.

Adotada essa medida, mataríamos não só dois coelhos com uma só cajadada, mas três, ou seja, vamos penalizar aqueles que teimam em trafegar em alta velocidade, os que serão alcançados pela leitura de placas de veículos em situação irregular, e finalmente, os delinquentes contumazes do mundo do crime. Vamos melhorar o trânsito da cidade, mas porque não melhorar, também, a segurança pública?