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Três Lagoas sobe para 2ª posição em valor de produção da silvicultura no Brasil

Três Lagoas alcançou R$ 579 milhões em 2024, puxado pela expansão do eucalipto e da celulose

Mato Grosso do Sul tem sido protagonista na expansão das florestas plantadas - Foto: Arquivo/Divulgação.
Mato Grosso do Sul tem sido protagonista na expansão das florestas plantadas - Foto: Arquivo/Divulgação.

O setor florestal brasileiro registrou em 2024 um recorde de R$ 44,3 bilhões em valor de produção, segundo levantamento da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), do IBGE. O resultado representa alta de 16,7% em relação a 2023 e confirma a força da silvicultura, responsável por 84,1% do total.

Entre os destaques nacionais está Três Lagoas, que passou da sexta para a segunda posição no ranking dos municípios com maior valor de produção da silvicultura. O município alcançou R$ 579,2 milhões, resultado impulsionado pela madeira em tora destinada à fabricação de papel e celulose, que respondeu por 98,1% da produção local. Foram 5,6 milhões de metros cúbicos produzidos, crescimento de 159,6% em um ano.

O gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes, explica que Mato Grosso do Sul tem sido protagonista na expansão das florestas plantadas, favorecido pelo clima e pela disponibilidade de terras. O estado passou da sétima para a quinta posição nacional em valor de produção, com R$ 3,4 bilhões, alta de 56,3% em relação a 2023.

Além de Três Lagoas, outros municípios sul-mato-grossenses se destacaram entre os maiores produtores do país. Brasilândia ficou em quarto lugar, com R$ 452,1 milhões; Ribas do Rio Pardo ocupou a sexta posição, com R$ 414,5 milhões; Água Clara aparece em nono, com R$ 344 milhões; e Campo Grande entrou na lista, em 19º, com R$ 267 milhões. Juntos, esses municípios reforçam o protagonismo do estado no setor.

Em termos de área plantada, Mato Grosso do Sul soma 1,45 milhão de hectares, ficando em segundo lugar no Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Ribas do Rio Pardo lidera com 381,6 mil hectares, seguido por Três Lagoas, com 301,9 mil hectares, Água Clara (159,2 mil), Brasilândia (145,2 mil), Selvíria (101,8 mil) e Inocência (76,6 mil). O eucalipto responde por 99,5% do total cultivado no estado.

No campo da lenha, Chapadão do Sul alcançou a quarta posição nacional, com R$ 55,1 milhões em valor de produção. Já na produção de carvão vegetal, Dois Irmãos do Buriti lidera o ranking estadual, seguido por Ribas do Rio Pardo e Água Clara. Inocência também se destaca na produção de outros derivados, como folhas de eucalipto, que alimentam a cadeia de óleos e resinas.

Em nível nacional, Minas Gerais segue na liderança da silvicultura, com R$ 8,5 bilhões em valor de produção, seguido pelo Paraná, com R$ 6,3 bilhões. Mato Grosso do Sul aparece em segundo lugar em área plantada, respondendo por 14,7% da produção nacional.

A pesquisa aponta que a celulose mantém trajetória de expansão. Em 2024, as exportações do produto somaram 10,6 bilhões de dólares, aumento de 33,2% frente a 2023. O Brasil é hoje o maior produtor e exportador mundial, com crescimento sustentado desde 2019.

Com Três Lagoas consolidada como polo de papel e celulose, a tendência é que a cidade siga ampliando sua participação no setor florestal. O avanço do eucalipto e as fábricas já instaladas, além das previstas para a região, reforçam a importância do município e da região Costa Leste para a economia nacional e para a balança comercial brasileira. Três Lagoas lidera o ranking de exportações em Mato Grosso do Sul, tendo a celulose como o principal produto exportado.