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Vereadora cobra melhores condições de trabalho para profissionais de apoio à inclusão escolar

A ausência de capacitação específica para lidar com crianças com deficiência e a falta de protocolos de atendimento nas escolas

Vereadora Evalda Reis usou a tribuna para dar voz a uma categoria que, segundo ela, ainda carece de reconhecimento e melhores condições de trabalho - Foto: CMTLS
Vereadora Evalda Reis usou a tribuna para dar voz a uma categoria que, segundo ela, ainda carece de reconhecimento e melhores condições de trabalho - Foto: CMTLS

Na sessão de terça-feira (20) da Câmara Municipal de Três Lagoas, a vereadora Evalda Reis usou a tribuna para dar voz a uma categoria que, segundo ela, ainda carece de reconhecimento e melhores condições de trabalho, os profissionais de apoio à inclusão escolar, conhecidos como PAIEs.

Evalda destacou que, desde que esses profissionais foram contratados por meio de processo seletivo em 2024, ela tem recebido diversas demandas e relatos de insatisfação. A vereadora, que reside no bairro Vila Alegre, diz conviver com muitos desses trabalhadores, alguns deles amigos pessoais, e decidiu levar o assunto ao plenário por acreditar que a nova gestão municipal está mais aberta ao diálogo.

“Desde 2024, quando os PAIEs tomaram posse, eu venho acompanhando as dificuldades que enfrentam. Só agora trouxe o tema à tribuna porque é preciso ter propriedade para falar. A gestão anterior não quis nos ouvir. Mas agora, com o prefeito Cassiano Maia e a secretária de Educação, acredito que podemos discutir melhorias”, afirmou a parlamentar.

Entre as principais queixas apresentadas estão a carga horária considerada excessiva — de 8 horas diárias, totalizando 40 horas semanais —, a ausência de capacitação específica para lidar com crianças com deficiência e a falta de protocolos de atendimento nas escolas. “Não é fácil lidar com uma criança com três espectros autistas em uma sala convencional. Esses profissionais precisam de suporte, reconhecimento e uma carga horária mais justa. O salário é de R$ 4 mil, mas isso não compensa o desgaste físico e emocional que enfrentam sem o apoio necessário”, pontuou Evalda.

A vereadora também destacou que todos os PAIEs contratados têm formação em pedagogia, conforme exigido em edital. Portanto, são professores habilitados que desempenham um papel fundamental no processo de inclusão de crianças com deficiência no ensino regular.

Evalda finalizou sua fala reforçando que a luta não é apenas por valorização salarial, mas por respeito à função exercida. “Esses profissionais estão na base da inclusão. Se não forem reconhecidos e amparados, o processo educacional perde muito”, disse.

A expectativa agora, segundo a vereadora, é que a Secretaria Municipal de Educação analise as reivindicações e abra um canal de diálogo com a categoria, buscando garantir melhores condições de trabalho e qualidade no atendimento aos alunos da educação inclusiva em Três Lagoas.