O município de Bataguassu, no leste de Mato Grosso do Sul, foi o local escolhido pela Bracell para a instalação de sua nova unidade industrial — um projeto robusto e inovador que promete transformar o perfil da indústria no Estado. A planta contempla duas possibilidades operacionais: a produção de celulose kraft, com capacidade de até 2,8 milhões de toneladas por ano, voltada ao mercado de papel e embalagens; ou uma configuração mista, que incluirá também a produção de celulose solúvel, inovação estratégica para o setor florestal e industrial sul-mato-grossense.
Nesta terça-feira (6), representantes da Bracell se reuniram com o governador Eduardo Riedel e com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, para apresentar os detalhes do projeto e alinhar parcerias com o Estado. A empresa destacou o compromisso com práticas sustentáveis, geração de empregos e desenvolvimento regional. O governo, por sua vez, reafirmou total apoio à instalação da nova planta.
“A escolha de Bataguassu para abrigar esse investimento mostra que nossa estratégia de desenvolvimento regional está no caminho certo. Estamos comprometidos em oferecer a infraestrutura, os incentivos e o ambiente regulatório necessário para que empreendimentos como esse prosperem”, afirmou o governador Riedel.
“A Bracell traz não apenas mais empregos, mas inovação tecnológica, sustentabilidade e valor agregado à nossa produção. É esse o futuro que queremos para Mato Grosso do Sul”, completou.
A produção de celulose solúvel representa um avanço importante para a indústria do Estado. Esse tipo de celulose é utilizado principalmente na fabricação de fibras têxteis como viscose, modal e lyocell — consideradas alternativas sustentáveis no universo da moda. Seu processo produtivo exige alto nível de pureza e controle técnico, resultando em um insumo de elevado valor comercial e cada vez mais requisitado pela indústria global.
“Esse tipo de celulose abre portas para cadeias produtivas mais sofisticadas e para exportações com maior valor agregado. É um passo fundamental para a diversificação da nossa base industrial”, reforçou o secretário Jaime Verruck.
Mato Grosso do Sul já se consolidou como um dos protagonistas do setor florestal no Brasil. “Somos o segundo maior produtor de madeira em tora para papel e celulose e responsáveis por 24% da produção nacional de celulose. Isso justifica o título de ‘Vale da Celulose’ que o Estado vem conquistando”, acrescentou Verruck.
O setor florestal do Estado conta hoje com 30 indústrias e mais de 7 mil trabalhadores. Desde 2015, Mato Grosso do Sul atraiu R$ 125 bilhões em investimentos — R$ 65 bilhões apenas na atual gestão. O segmento já responde por 17,8% do PIB industrial e gera mais de 26 mil empregos diretos e indiretos.