O serviço de transporte coletivo em Três Lagoas continua sendo alvo de reclamações por parte de moradores de diversos bairros da cidade. A falta de horários alternativos durante a semana é uma das principais reclamações dos passageiros dos bairros mais afastados, como Jupiá, Vila Piloto, Vila Haro, entre outros. Eles reclamam também da falta de transporte coletivo aos finais de semana e feriados.
“O transporte coletivo em Três Lagoas é horrível. Existem poucos horários para o ônibus ir ao bairro. A gente tem que ficar esperando horas para conseguir voltar para casa”, disse a empregada doméstica, Josefa Maria da Silva, moradora do bairro Jupiá.
Josefa contou que sai do trabalho por volta das 13 horas e tem que ficar aguardando na praça Senador Ramez Tebet até às 16h20, horário em que há ônibus para o Jupiá. “Já fizemos abaixo-assinado, entregamos para a prefeita e não virou nada. É uma verdadeira falta de respeito com os passageiros”, desabafou. Ela disse que no período em que os alunos voltam a estudar, há ônibus com maior frequência de horários. “Mesmo assim, ainda deixa muito a desejar”, frisou.
Janaina Silva, moradora da Vila Haro, também reclamou da falta de transporte coletivo aos finais de semana e feriados. “A gente tem que vir a pé. Durante a semana, também é um transtorno. Há poucas linhas e a gente nunca sabe os horários certos”, declarou.
Soila Maria, moradora do Santa Luzia, disse que depois que os alunos entraram de férias, o ônibus deixou de circular nessa região do bairro. “Já é difícil o ônibus passar em vários horários quando os alunos estão estudando, imagine agora! À noite e aos finais de semana, também não passa ônibus”, confirmou.
EMPRESA
O responsável pela empresa Viação Três Lagoas, Marcelo Rocha, disse que para a empresa disponibilizar ônibus em um maior número de horários é preciso ter passageiros. Ele disse que poucas pessoas utilizam o transporte coletivo. “Tivemos uma perda de passageiros. Para o ônibus rodar, tem que ter passageiros”, frisou.
Em média, segundo ele, a empresa transporta de 900 a 1.000 passageiros diariamente em um percurso de 1.500 quilômetros. “Não há passageiros o suficiente para manter um número maior de carros rodando. Já chegamos a disponibilizar mais ônibus, mas tivemos que tirar por falta de passageiros. Uma coisa depende da outra”, observou.
A mesma justificativa foi usada por Marcelo Rocha para a empresa não disponibilizar ônibus aos finais de semana e feriados. Ele informou que, com o retorno dos alunos, os ônibus passarão a circular com mais frequência.
Questionado se quando a empresa ganhou a concessão para explorar o serviço de transporte coletivo no município, ela não realizou um levantamento para saber da realidade, ele disse que foi feito um estudo. “A empresa acreditava que por mês transportaria 80 mil passageiros, porém devemos fechar este mês com 20 mil transportes mês”, explicou.