
No primeiro semestre deste ano, o Fórum de Três Lagoas recebeu 12 novas ações penais de crimes de homicídios dolosos contra a vida. Tramitam na 1ª Vara Criminal 179 ações penais de competência do júri, sendo aproximadamente 20 de feminicídio, além de 127 inquéritos policiais. Há ainda 31 ações penais do júri em grau de recurso.
Os dados foram divulgados nesta semana pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ/MS). Ainda de acordo com levantamento do Tribunal, Três Lagoas tem um grau alto de homicídios, crimes envolvendo facções criminosas, feminicídios, brigas na zona rural e em bares, devido à ingestão de bebida alcoólica, entre outras questões.
Apesar da quantidade de crimes, o relatório do Poder Judiciário aponta que, a comarca de Três Lagoas registrou 100% dos casos de homicídios consumados com identificação dos autores e percentual de elucidação das tentativas de homicídios chegou a 87%.
A evolução das resoluções dos crimes dolosos contra a vida em Três Lagoas pode ser acompanhada em gráfico do núcleo de inteligência da Delegacia Regional da Polícia Civil da cidade, que registrou de 2010 para cá, um crescimento dos totais de casos (tentados e consumados) com autoria esclarecida, que partiu da casa dos 64% para um crescimento superior a 80% nos últimos cinco anos.
Para o juiz da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas e corregedor dos presídios da comarca, Rodrigo Pedrini Marcos, que atua há quatro anos na região, o alto índice de resolução de homicídios pode ser explicado pelo trabalho integrado das forças de segurança.
De acordo com o magistrado, quando ocorre um crime de homicídio, este tem prioridade na Polícia Civil para investigar, sendo a Polícia Militar a primeira a atender a ocorrência e preservar o local para a realização de perícia. Além disso, cita o juiz: "Em muitos casos envolvendo facções criminosas está ocorrendo à utilização de diversas técnicas de investigação e de medidas cautelares, tais como com interceptações telefônicas, quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico, busca e apreensão, prisões temporárias e preventivas", mediadas estas que, para Pedrini, estão contribuindo para à elucidação dos crimes.