A Prefeitura de Três Lagoas propôs mudanças na revisão do Plano Diretor da cidade. O novo texto busca destravar áreas para construção de moradias populares e autorizar a verticalização – construção de prédios – em regiões com infraestrutura consolidada. As propostas serão debatidas em audiência pública nesta terça-feira (29), às 18h, na Câmara Municipal.
Durante a audiência, será apresentada a Minuta do Projeto de Lei de Revisão do Plano Diretor, elaborada conforme as diretrizes do Estatuto da Cidade. Considerado o principal instrumento de planejamento urbano, o Plano Diretor orienta o crescimento de Três Lagoas, a ocupação do solo, mobilidade, infraestrutura, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
Um dos pontos centrais da nova proposta é que a expansão urbana só será permitida em áreas que já tenham infraestrutura mínima de água, esgoto, drenagem e transporte coletivo. O texto também cria a chamada Macrozona de Expansão Urbana, definindo o crescimento da cidade entre o perímetro urbano atual e o novo contorno rodoviário.
Representantes do setor imobiliário participaram, na segunda-feira (28), de uma reunião para analisar a minuta. Para a presidente da Associação dos Corretores Imobiliários de Três Lagoas, Selma Ottoni, a revisão pode facilitar o desenvolvimento urbano e a comercialização de imóveis. “O Plano Diretor está vindo para melhorar os empreendimentos em Três Lagoas, a infraestrutura, e a expansão da cidade. Essa atualização é essencial para facilitar as vendas e beneficiar os moradores”, destacou.
Entre as mudanças mais debatidas está a redução da metragem mínima dos lotes urbanos, de 520 para 240 metros quadrados, principalmente em áreas de expansão ao norte da cidade. Segundo Selma, essa flexibilização pode destravar projetos que estavam parados por causa das exigências da legislação atual. “Muitos investidores desistiram de empreendimentos por causa da metragem e dos altos custos com infraestrutura. Essa mudança vem em boa hora”, avaliou.
Outro ponto que conta com o apoio do setor é a permissão para construção de prédios de até 25 andares na região central da cidade. Para o vice-presidente da Associação dos Corretores, Pedro Provezano, a verticalização atende à crescente demanda por apartamentos. “A cidade tem uma grande movimentação com os trabalhadores da celulose, os estudantes e famílias que chegam. Falta oferta de apartamentos. A verticalização é fundamental”, afirmou.
Pedro também reforçou a importância da redução do tamanho dos lotes para garantir acesso à moradia. “Hoje muita gente não consegue comprar um terreno por conta do valor. Com lotes de 240 metros, famílias terão mais chances de adquirir um imóvel e realizar o sonho da casa própria”, completou.
Apesar do apoio, os representantes do setor afirmam que ainda há pontos que precisam ser ajustados na minuta e esperam que essas sugestões sejam ouvidas durante a audiência. “O investidor é quem mais sente o impacto do Plano Diretor. Se ele for bem feito, vai atrair investimentos, fortalecer a construção civil e gerar crescimento para Três Lagoas. Não podemos perder investidores para outras cidades”, concluiu Pedro.
A audiência pública desta terça-feira é aberta à população, e a prefeitura reforça a importância da participação popular nesse processo que vai definir os rumos do desenvolvimento urbano da cidade nos próximos anos.