A região do Bolsão de Mato Grosso do Sul, da qual Três Lagoas faz parte, pode receber a terceira indústria do setor de celulose. A empresa chilena Arauco estuda a possibilidade de construir uma fábrica na área. Aparecida do Taboado, Cassilândia e Paranaíba são os municípios sondados para receber o investimento.
Segundo a vice-governadora, Simone Tebet (PMDB), esses foram os primeiros município cogitados para receber a fábrica. Todavia, a empresa também teria especulado a possibilidade de instalar a unidade em Água Clara ou Santa Rita do Pardo.
“Neste primeiro momento, a empresa não cogitou a possibilidade de se instalar aqui. Contudo, se ela não quiser ir para outra região, pode ser que venha para Três Lagoas mesmo”, disse Simone Tebet. Para a vice-governadora, não importa o município que poderá receber a indústria. “O importante é que seja instalada em Mato Grosso do Sul e não em outro estado”, ressaltou.
Atualmente, o Estado conta com as empresas de celulose e papel (Fibria e International Paper), que estão instaladas em Três Lagoas. A segunda unidade de celulose no município está em fase de construção, que é a Eldorado Brasil, a qual deve entrar em operação em novembro de 2012 e irá produzir 1,5 milhão de tonelada/ano.
Entretanto, a Fibria já anunciou a ampliação da fábrica em Três Lagoas, prevista para o segundo semestre de 2012. A empresa vai investir R$ 3,6 bilhões na construção da segunda unidade de celulose, que deverá entrar em operação em 2014. Com a ampliação, dos 1,3 milhão de toneladas/ano que a fábrica produz atualmente, a produção passará para 3 milhões de toneladas/ano.
ÁREA
A vice-governadora não afirmou, mas deixou entender que não seria viável a construção de uma terceira fábrica de celulose em Três Lagoas. Ela explicou que a Fibria já possui 150 mil hectares de efetivo plantio de florestas e com a ampliação vai ocupar mais uma área com esse espaço. A Eldorado Brasil, segundo ela, também ocupa 150 mil hectares de terra com a plantação de eucalipto.
Outra situação apontada por Simone Tebet é que para ser rentável a empresa deve puxar o eucalipto em uma distância de até 200 quilômetros. “Passou desta distância não é rentável. Área até temos, mas vamos tirar o gado dessas terras?”, questionou.
Para a vice-governadora, isso não significa que o empreendimento não seja bem vindo em Três Lagoas, mas é que a empresa analisa o que é interessante. “Cada empresa dessas gera em média mil empregos na zona rural, como vamos conseguir essa mão de obra nessa área? A empresa faz todas essas contas na hora de investir”, esclareceu Simone.
PORTUCEL
Em relação Portucel, que tinha pretensões em investir na construção de uma fábrica de celulose na cidade, ela informou que a empresa depende da aprovação do Congresso Nacional para alterar a legislação que limita em cinco mil hectares a aquisição de áreas brasileiras.
Por esse motivo, o projeto da Portucel que previa investimentos de R$ 4,8 bilhões na instalação de uma fábrica de celulose em Santa Rita do Pardo ou em Bataguassu foi interrompido pelo grupo.