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Paraolimpíadas

Silvania Costa estreia no paraciclismo com vitória emocionante na Copa Brasil

A transição de modalidades faz parte do projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro para 2028 nos Estados Unidos

Bike é adaptada para duas pessoas, mas quem faz a força é o paratleta que vai atrás
Bike é adaptada para duas pessoas, mas quem faz a força é o paratleta que vai atrás

Silvania Costa de Oliveira, de 38 anos, orgulho de Três Lagoas e um dos maiores nomes do paradesporto brasileiro, vive mais um capítulo marcante de sua trajetória. Bicampeã paralímpica no salto em distância, ela agora acelera em uma nova direção: a transição para o ciclismo paralímpico. E, como era de se esperar, começou conquistando medalha de ouro.

A etapa final da Copa Brasil de Paraciclismo de Estrada 2025, disputada no último domingo de novembro, em Goiânia, foi o cenário da consagração dessa nova fase. Sob um calor intenso e diante de pelotões numerosos, Silvania mostrou que a garra que a levou ao topo do atletismo continua intacta. No circuito de Alphaville, onde cada curva exigia estratégia, resistência e confiança, ela escreveu mais uma vitória em sua carreira. Competindo na categoria Tandem Feminino (WB) e conduzida pela experiente ciclista Maria Tereza Müller, Silvania protagonizou a prova mais emocionante do dia.

As principais duplas seguiram juntas durante quase todo o percurso, em uma disputa eletrizante que só foi definida nos metros finais. Em um sprint (acelerada final), digno de campeãs, Silvania e Maria Tereza, cruzaram a linha de chegada com o tempo de 1h01min58s, apenas 0s783 à frente de Edneusa de Jesus Santos e Carolina Nascimento. Uma diferença mínima, mas suficiente para deixar claro que a determinação de Silvania continua sendo sua marca registrada. A competição, organizada pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), tem supervisão da UCI e apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Para Silvania, a vitória vai além do pódio. Representa o início de um novo sonho. Depois de brilhar no atletismo, ela encontrou no ciclismo uma forma de se reinventar, aprender e desafiar seus próprios limites. ” Estou bastante feliz, as competições foram no sábado e domingo, mas ainda estou com adrenalina no corpo. A transição não foi simples, troquei a pista pelo asfalto, mas estou muito feliz trouxe as duas medalhas de ouro e prata para Três Lagoas. A transição não foi simples, é um grande desafio para minha carreira, não esperava chegar tão longe, agora que cheguei, vamos para cima”, destacou a paratleta Silvania Costa, com toda vibração.

Essa transição foi feita através do Comite Paralímpico Brasileiro, onde a três-lagoense passou por três teste até chegar a Copa Brasil, quando conquistou duas medalhas, ouro e prata no ciclismo de estrada. Essa transição faz parte do projeto para as Paraolimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028. “É uma bicicleta adaptada, onde vai uma pilota, conduzindo a bike, dando a direção, e o paratleta vai atrás fazendo força, eu amo andar de bicicleta, para mim é sonho que está sendo realidade”, pontuou Silvania. Com a serenidade típica de quem sabe onde quer chegar, Silvania começa 2026 focada para sua primeira competição intercontinental, ela vai representar o Brasil no Parapan de ciclismo em março.

“Passando as festas de fim de ano, eu já embarco para o comitê paralímpico onde vamos dar início aos treinos, visando medalhas no Parapan, meu foco agora é o ciclismo, mas não abro mão do salto em distância, em 2028 quero representar meu país nas duas modalidades, ciclismo e salto em distância”, ressaltou. Seja saltando longe ou pedalando forte, Silvania Costa segue fazendo aquilo que sempre fez, transformar desafios em conquistas. E, pelo jeito, essa nova jornada está apenas começando.