Um terço da população de Três Lagoas – 30.4% dos seus 115 mil habitantes – mora em casas erguidas em ruas de terra. A quantidade, de 35 mil pessoas, é superior a da maioria das cidades do Estado, como população de Amanbai, por exemplo, que tem 30.030 moradores, segundo Censo do IBGE deste ano.
Os dados constam de pesquisa de opinião pública que dará base para um diagnóstico da cidade e a elaboração do Plano Três Lagoas Sustentável, realizado por um grupo de empresas. O levantamento ouviu 1.060 pessoas.
A pesquisa aborda diversos setores e teve como objetivo fornecer informações sobre a percepção da população em relação ao nível de prioridade dos temas de análise da metodologia Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (Ices). Ou seja, conhecer o que a população considera mais importante para o futuro da cidade e quais os principais desafios atuais.
Três Lagoas é a sexta cidade brasileira a fazer parte dessa iniciativa, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O Banco e o Instituto Votorantim firmaram uma parceria para apoiar tecnicamente e financeiramente o município para estimular o desenvolvimento urbano sustentável.
O levantamento mostra a necessidade de mais investimentos em asfalto e drenagem – duas das principais reivindicações da população. Ainda de acordo com a pesquisa, 33,10% dos entrevistados disseram que o bairro onde mora já foi alagado, 62% responderam que o bairro alaga com frequência, 37% só quando chove forte e 1% quase ou nunca alaga.
Da última vez que o bairro alagou, 37% dos entrevistados disseram que foi por poucas horas, 15,10% responderam que foi um dia, 37,60% vários dias, mas menos de um mês, e 10,30% por uma semana ou mais.
Conseguir aumentar o número de ruas pavimentadas, bem como construir mais sistemas de drenagem para captação de águas pluviais, será um dos grandes desafios da próxima administração de Três Lagoas. Nos últimos dez anos, o percentual de vias com asfalto aumentou mais de 40%. Em 2006, a cidade tinha apenas de 10% a 15% de ruas asfaltadas.
Apesar da quantidade de obras executadas nesse período, o asfalto ainda continua sendo um dos maiores anseios dos moradores, principalmente de quem não tem pavimentação em frente de casa.
O grande problema para aumentar o número de ruas asfaltadas, segundo alegação do poder público, é que muitas necessitam de drenagem, que tem custo de construção elevado. Nesta semana, por exemplo, a prefeitura iniciou a pavimentação da avenida Baldomero Leituga, via de acesso à Faculdades Aems. No entanto, apenas um lado da via vai receber asfalto nesse momento, porque a administração diz não ter dinheiro para executar a obra completa exatamente devido à necessidade de drenagem.