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SEMANA DO IDOSO

'A chave do envelhecimento saudável é manter a autonomia', afirma geriatra

População idosa já representa 14% dos sul-mato-grossenses

Marcos Blini Pereira no estúdio da rádio Massa Campo Grande (Foto: Rodrigo Moreira/ Massa CG)
Marcos Blini Pereira no estúdio da rádio Massa Campo Grande (Foto: Rodrigo Moreira/ Massa CG)

Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, Mato Grosso do Sul acompanha a tendência nacional de envelhecimento populacional. Dados do Observatório da Cidadania apontam que em 12 anos, de 2010 a 2022, a população idosa saltou de 239,3 mil para 391,1 mil, o número representa cerca de 14% da população do Estado — e as mulheres são maioria, com 53,6% desse grupo.

Na Semana do Idoso (1), durante entrevista à rádio Massa FM, o médico geriatra Marcos Blini Pereira, especialista em envelhecimento saudável, destacou que o fenômeno exige mudanças de comportamento, planejamento e políticas públicas efetivas.

“Envelhecer bem não é apenas viver sem doenças. É cuidar da alimentação, manter atividade física e vínculos sociais. O estilo de vida é determinante”, afirmou o médico.

Segundo ele, as mulheres vivem mais que os homens por fatores biológicos e culturais — principalmente pela maior procura por serviços de saúde. Já os homens tendem a adiar exames e tratamentos, o que impacta na longevidade.

O geriatra ressaltou ainda que a prevenção deve começar cedo. “Ganhar massa muscular é difícil aos 30 anos. Aos 80, é quase impossível. Por isso, o ideal é cuidar do corpo e da mente desde cedo”, alertou.

Para o especialista, o Estado deve investir em políticas públicas voltadas ao envelhecimento saudável, como centros de convivência, programas de exercícios físicos orientados e formação de cuidadores no Sistema Único de Saúde (SUS).

“O Brasil está envelhecendo sem tempo de se preparar, diferente de países como os Estados Unidos ou os da Europa. Em breve, o poder público vai enfrentar o desafio de cuidar de uma população idosa cada vez maior e mais dependente”, avaliou.

Marcos Blini também chamou atenção para a importância do equilíbrio familiar no cuidado com os idosos. O excesso de zelo, segundo ele, pode ser prejudicial. “A chave do envelhecimento saudável é manter a autonomia. Quando a família faz tudo pelo idoso, ele perde independência e acelera o processo de fragilidade”, concluiu.

Acompanhe a entrevista completa: