A trajetória de Sandra Soares Costa, cofundadora e presidente do Conselho de Administração do Grupo Sabin, foi o destaque da edição desta quinta-feira (29) do programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.
Reconhecida como uma das mulheres mais influentes do Brasil, segundo a revista Forbes, Sandra compartilhou histórias de superação e visão empreendedora que marcaram os mais de 40 anos da empresa.
Criado em 1984, em Brasília, o Grupo Sabin nasceu em um período de instabilidade econômica e política no Brasil. Sandra relembrou as dificuldades do início: inflação galopante, planos econômicos sucessivos e a escassez de equipamentos importados.
Mesmo assim, ela e a sócia Janete Vaz decidiram investir em um modelo de negócio que combinasse excelência técnica com atendimento humanizado.
Início desafiador em tempos de incerteza
“A gente tinha o conhecimento técnico, mas empreender naquela época, especialmente sendo mulheres, exigia coragem”, relembrou Sandra. Durante os anos 1980 e 1990, o Brasil atravessou oito planos econômicos e três mudanças de moeda.
Além disso, havia barreiras de importação para equipamentos médicos, que só foram derrubadas no governo Collor.
A partir de 1994, o grupo conseguiu avançar na modernização e incorporar tecnologias de ponta. Esse salto permitiu melhorar a qualidade dos exames e preparar o laboratório para novos ciclos de crescimento.
Inovação com foco nas pessoas
Um dos marcos do Sabin foi a introdução de esteiras automatizadas em sua operação técnica, em meados dos anos 2000. Apesar do avanço tecnológico, Sandra destacou que nenhuma demissão foi feita. Pelo contrário: os colaboradores foram realocados, capacitados e muitos se tornaram líderes.
“Não queríamos reduzir equipe. Nossa estratégia sempre foi manter as pessoas no centro das decisões”, explicou. A empresa criou trilhas de desenvolvimento e programas de formação interna, com o objetivo de formar lideranças e sustentar o processo de expansão.
Cultura feminina e diversidade na liderança
Atualmente, 77% do quadro de colaboradores do Grupo Sabin é composto por mulheres. Entre os cargos de liderança, 74% também são ocupados por elas. Essa composição, segundo Sandra, não é uma coincidência estatística, mas o reflexo de políticas internas pensadas para valorizar a diversidade e criar oportunidades reais.
Ela ressaltou que a liderança não depende de gênero, mas de competência, preparo e visão. “A diversidade traz mais resiliência, favorece decisões estratégicas e impulsiona a inovação”, disse.
Expansão e governança
O crescimento geográfico começou em 2012, com a saída de Brasília rumo a outros estados. Hoje, o grupo está presente em 14 estados e no Distrito Federal, com mais de 350 unidades. Para viabilizar esse processo, foi implantado um modelo de governança corporativa robusto, que inclui sucessão planejada.
A atual presidente do Grupo Sabin, Lídia Abdalla, começou como trainee na empresa. O caso exemplifica como a formação de talentos internos se tornou uma marca da cultura organizacional do grupo.
Conselho a futuras empreendedoras
No encerramento da entrevista, Sandra deixou uma mensagem direta às mulheres que desejam empreender. “Busque aquilo que te dá brilho no olho. Sonhe, mas também tenha metas, planejamento e energia para inspirar quem está ao seu lado”, afirmou.
Com mais de 7 mil colaboradores e dezenas de aquisições ao longo da história, o Grupo Sabin é hoje um dos maiores nomes da medicina diagnóstica no Brasil — resultado de uma jornada construída com propósito, ousadia e dedicação.