
A Justiça de Campo Grande decidiu, nesta quinta-feira (11), levar a júri popular o homem de 24 anos apontado como autor dos disparos que mataram avô e neto em 24 de maio deste ano, no bairro Moreninhas II. A decisão da 2ª Vara do Tribunal do Júri, também determinou que o segundo denunciado, de 25 anos, não será julgado, por ausência de indícios mínimos de autoria.
O crime ocorreu no início da noite, quando o jovem chegou à residência das vítimas em uma motocicleta, desceu armado com uma pistola 9 mm e efetuou diversos disparos. O alvo principal seria o neto, acusado pelo autor de envolvimento na morte de seu irmão. O avô, que tentou protegê-lo, também foi baleado. Um cachorro da casa acabou ferido.
A denúncia atribui a culpa ao réu de homicídio qualificado por motivo torpe, vingança, e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de aumento de pena pelo assassinato de idoso. Ele também responderá por porte ilegal de arma e por ferir o animal. Após o ataque, o atirador fugiu na mesma motocicleta, pilotada por um comparsa.
Ambos foram presos preventivamente em junho de 2025, e 14 testemunhas foram ouvidas durante a investigação. No interrogatório, o autor confessou os disparos, alegando que foi tirar satisfação por supostas ameaças e afirmando que o condutor da moto não participou da ação. Ele ainda disse que os tiros que atingiram o avô e o cachorro foram acidentais.
O comparsa, por sua vez, negou envolvimento e afirmou estar em casa no horário do crime, versão confirmada pela mãe. O juiz ressaltou que nenhuma testemunha confirmou judicialmente sua presença na cena dos fatos e que o condutor da moto estava de capacete, impedindo identificação, o que inviabiliza sua responsabilização nesta fase processual.
Diante da falta de indícios mínimos, o juiz determinou expediu alvará de soltura em favor do suspeito que conduzia a moto. Em relação ao autor dos disparos, a Justiça considerou suficientes a confissão, os depoimentos e as provas periciais para levá-lo a júri popular.
Os agravantes do crime foram mantidos e serão analisados pelo Conselho de Sentença, que também julgará os crimes conexos. O júri deve ocorrer entre fevereiro e março de 2026, caso não haja recurso das partes.
*Com informações do TJMS