
A inauguração do Hospital Regional de Dourados, no aniversário de 90 anos da cidade, reuniu discursos que misturaram memória política, cobranças e projeções para o futuro da saúde pública em Mato Grosso do Sul. Parlamentares estaduais e federais trataram a obra como um marco capaz de redefinir o atendimento regional e aliviar gargalos históricos do SUS.
Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Gerson Claro (PP) afirmou que a entrega simboliza a continuidade de um projeto iniciado por diferentes gestões. “Nós temos que honrar aqueles que pensaram e fizeram muito, mas também temos obrigação de sonhar mais. O que vamos deixar para as próximas gerações é a grande pergunta”, disse. Para ele, a obra reflete uma administração que “ouve, respeita diferenças e pensa à frente”.
Ao falar em nome da Assembleia, a deputada Lia Nogueira (PSDB) destacou o impacto direto da unidade para quem vive em Dourados e na região. “Só quem é da Grande Dourados sabe a importância dessa entrega”, afirmou, emocionada. Segundo ela, grandes obras só fazem sentido quando resultam em cuidado com as pessoas. “O cuidado passa pela saúde”, disse.
Lia defendeu o SUS e ressaltou que, apesar das falhas, o modelo brasileiro é referência. “Existem críticas, existem problemas, mas o SUS é o melhor modelo de saúde do mundo. E ele só funciona com alinhamento entre município, Estado e governo federal”, afirmou.
Deputado federal pelo PSDB, Geraldo Resende lembrou os bastidores da obra e o esforço para garantir recursos em Brasília. “Trabalhamos mais de dois anos para convencer o Ministério da Saúde. Quando liberaram os R$ 16 milhões, eu me emocionei”, disse. Para ele, o hospital divide a história da saúde pública local. “Vai existir um antes e um depois desse hospital”, afirmou.
Resende também fez defesa enfática do SUS. “Eu sou devoto do SUS, brigo pelo SUS e morro pelo SUS”, declarou, ao destacar que a cobrança permanente é parte do papel político. “É cobrando que a política vira instrumento para atender quem mais precisa”.
A senadora Tereza Cristina (PP) afirmou que a nova unidade integra um desenho maior de regionalização da saúde. “Isso vai desafogar Campo Grande, Três Lagoas e Ponta Porã. Agora precisamos avançar para Corumbá e Coxim”, disse. Segundo ela, a integração pode colocar o Estado entre os melhores do país em atendimento público.
Para a senadora, o avanço depende de articulação política. “A bancada trabalha unida, coloca recursos, mas é preciso ter um maestro. E esse maestro é o governador”, afirmou, ao elogiar a condução do projeto estadual.
Os discursos convergiram na avaliação de que o Hospital Regional de Dourados não é apenas uma obra física, mas parte de uma mudança estrutural na saúde pública sul-mato-grossense, com impacto direto para Dourados e municípios vizinhos.