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CONTAS PÚBLICAS

Caixa curto leva 36% das prefeituras de MS a atrasar pagamentos com fornecedores

Levantamento da CNM aponta pressão financeira, mesmo com salários e 13º quitados

A escassez de recursos, o aumento dos custos na saúde e a dificuldade de manter contratos e serviços básicos em funcionamento (Foto: Reprodução/ CGE-MS)
A escassez de recursos, o aumento dos custos na saúde e a dificuldade de manter contratos e serviços básicos em funcionamento (Foto: Reprodução/ CGE-MS)

Apesar do pagamento do 13º salário aos servidores, 36% das prefeituras de Mato Grosso do Sul relatam atraso no pagamento de fornecedores, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado no mês de dezembro. O dado expõe um cenário de aperto fiscal que persiste mesmo com a entrada de recursos extras no fim do ano.

De acordo com a CNM, o repasse adicional de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), feito em dezembro, foi decisivo para garantir a quitação da folha. Em MS, 99% das administrações municipais afirmam estar com salários em dia. Ainda assim, parte das despesas correntes segue represada.

Além dos atrasos a fornecedores, cerca de 24% das prefeituras sul-mato-grossenses admitem que devem encerrar 2025 com restos a pagar sem cobertura financeira, empurrando compromissos para o orçamento de 2026. O índice é visto como sinal de desequilíbrio estrutural nas contas locais.

O cenário reforça a cautela dos gestores em relação ao próximo ano. No Estado, menos de 40% dos prefeitos avaliam que a economia em 2026 será boa ou muito boa, enquanto quase metade se diz pessimista ou sem expectativa de melhora no curto prazo.

Entre os principais desafios apontados estão a escassez de recursos, o aumento dos custos na saúde e a dificuldade de manter contratos e serviços básicos em funcionamento. Para especialistas, o problema é que o reforço do caixa no fim do ano não se repete ao longo do exercício.

Impacto do Adiamento de Pagamentos

Embora a maioria das prefeituras de MS declare que deve fechar 2025 sem déficit formal, técnicos alertam que o adiamento de pagamentos pode comprometer investimentos e pressionar ainda mais o início do próximo ano fiscal.