
Durante o Novembro Azul, mês de conscientização sobre a saúde do homem, especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros.
Em entrevista à Rádio Massa FM, o urologista Henrique Coelho alertou que o preconceito e o medo ainda são as principais barreiras para a prevenção. Segundo ele, muitos homens evitam consultas médicas e demoram a fazer os exames de rotina, o que reduz drasticamente as chances de cura.
“Os homens querem parecer fortes, e qualquer coisa que os fragilize os faz fugir. Existe medo, preconceito e até piadas que desmotivam a busca por cuidados”, afirmou o médico.
Henrique Coelho explica que o exame de sangue PSA é a principal ferramenta para o rastreamento da doença, e que o exame de toque retal só é necessário em casos de suspeita. “Quando o câncer é detectado no início, as chances de cura chegam a 95%. Mas, quando a doença está avançada, esse número cai para apenas 5%”, destacou.
O médico também alertou sobre o impacto da negligência com a própria saúde. “O câncer de próstata tem evolução lenta. Um paciente que chega com doença avançada geralmente ficou de 10 a 15 anos sem fazer exames. É tempo demais perdido”.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), Mato Grosso do Sul registra cerca de 1.200 novos casos por ano, um número que segue dentro da média nacional, mas ainda considerado alto.
Durante a entrevista, Henrique Coelho reforçou que o medo de impotência sexual ou incontinência urinária não deve impedir os homens de procurar ajuda. “Esses efeitos acontecem nas doenças avançadas. Quando diagnosticamos cedo, o tratamento é menos invasivo e preserva a qualidade de vida”, explicou.
O urologista frisou ainda que o cuidado com a saúde masculina deve ser anual. “Cuidar da saúde é sinal de inteligência. O homem que quer ser forte e produtivo precisa se cuidar. Fazer os exames anuais é a decisão mais acertada que se pode tomar”.